Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Mais de metade das crianças vítimas de tráfico humano são "traficadas" no seu país

05 jul, 2023 - 22:36 • Lusa

Um quinto das vítimas, essencialmente raparigas, foi sujeito a exploração sexual.

A+ / A-

Mais de metade das 12.627 crianças vítimas de tráfico humano no mundo foram "traficadas" no seu país, revela um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgado esta quarta-feira.

Segundo o relatório, perto de metade das crianças vítimas de tráfico humano, sobretudo rapazes, foram sujeitas a trabalhos forçados na agricultura e na indústria, bem como "entregues" a atividades domésticas e à mendicidade.

Um quinto das vítimas, essencialmente raparigas, foi sujeito a exploração sexual, nomeadamente prostituição e pornografia, sobretudo de redes internacionais.

O relatório, intitulado "Da Evidência à Ação: Vinte Anos de Dados de Tráfico de Crianças da OIM para Informar Políticas e Programas", realça o envolvimento de familiares e amigos no tráfico de crianças para exploração laboral e sexual.

"O tráfico de crianças é um fenómeno multifacetado e complexo que continua a espalhar-se e a evoluir dentro e fora das fronteiras. Nenhuma faixa etária, nenhum género e nenhuma nacionalidade está imune ao tráfico de crianças. É um fenómeno verdadeiramente global", alerta, citada numa nota de imprensa da OIM, a líder da Unidade de Proteção da organização, Irina Todorova.

O relatório hoje divulgado, o primeiro do género, analisa dados preliminares de cerca de 69 mil vítimas de tráfico humano de 156 nacionalidades que foram "traficadas" em 186 países.

Segundo a OIM, que gere o maior banco de dados internacional de vítimas de tráfico humano, 18,3% das vítimas são crianças.

"Apesar dos esforços significativos, o número das crianças que continuam a ser vítimas de traficantes continua alto, em grande parte devido a fatores sociais, económicos, ambientais e políticos desiguais que fomentam práticas de exploração e discriminação", conclui o relatório, que contou na sua elaboração com o contributo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

A OIM tem como diretor-geral o ex-ministro português António Vitorino, que será sucedido no cargo em outubro pela atual vice-diretora-geral para a Gestão e Reforma, a norte-americana Amy Pope.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+