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Guerra na Ucrânia

Munições de fragmentação no pacote de ajuda militar dos EUA à Ucrânia

06 jul, 2023 - 21:45 • Lusa

A decisão surge apesar das preocupações generalizadas de que as controversas munições de fragmentação possam causar vítimas civis, segundo a agência Associated Press.

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O Governo norte-americano fornecerá munições de fragmentação ('cluster') à Ucrânia num novo pacote de ajuda militar que deverá ser anunciado pelo Pentágono na sexta-feira, noticiou a agência Associated Press.

A decisão surge apesar das preocupações generalizadas de que as controversas munições de fragmentação possam causar vítimas civis, segundo fontes próximas do dossier citadas pela mesma agência.

O Pentágono fornecerá munições com uma "taxa de insucesso" reduzida, o que significa que haverá muito menos cartuchos não detonados que podem resultar em mortes não intencionais de civis.

Autoridades norte-americanas disseram que o próximo pacote de assistência militar à Ucrânia deverá ascender a 800 milhões de dólares (735 milhões de euros).

Há muito procuradas pela Ucrânia, as munições de fragmentação libertam submunições que se espalham por uma grande área e visam causar destruição em vários alvos ao mesmo tempo.

Segundo a AP, autoridades e outros funcionários familiarizados com a decisão não foram autorizados a discutir publicamente a decisão antes do anúncio oficial e falaram sob condição de anonimato.

As autoridades ucranianas pediram essas armas de forma a alavancar a sua campanha para passar pelas linhas de tropas russas, na contra-ofensiva em andamento.

As forças russas já usam munições 'cluster' no campo de batalha, disseram autoridades dos Estados Unidos.

Autoridades norte-americanas disseram que a taxa de munições não detonadas do tipo de munições que irá para a Ucrânia é inferior a 3% e, portanto, significará menos ameaças para os civis.

As munições de fragmentação podem ser disparadas pela artilharia que Washington forneceu à Ucrânia, e o Pentágono tem um grande stock das mesmas.

O último uso em larga escala de munições de fragmentação por parte dos Estados Unidos foi durante a invasão do Iraque, em 2003, de acordo com o Pentágono.

Mas as forças norte-americanas consideraram essas munições uma arma-chave durante a invasão do Afeganistão, em 2001, de acordo com a Human Rights Watch.

Nos primeiros três anos desse conflito, estima-se que a coligação liderada pelos Estados Unidos tenha lançado mais de 1.500 bombas 'cluster' no Afeganistão.

Os defensores da proibição das armas de fragmentação dizem que elas matam indiscriminadamente e colocam civis em perigo muito tempo depois do seu uso e algumas ONG alertaram para as consequências da utilização dessas munições pela Rússia na Ucrânia.

Uma convenção que proíbe o uso de bombas de fragmentação foi acompanhada por mais de 120 países que concordaram em não usar, produzir, transferir ou armazenar as armas e destruí-las depois de usadas.

Os Estados Unidos, Rússia e a Ucrânia estão entre os países que não assinaram essa convenção.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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