08 jul, 2023 - 16:27 • Lusa
O Reino Unido e o Canadá manifestaram-se contra o uso de bombas de fragmentação, depois de os Estados Unidos terem anunciado o envio deste tipo de munições à Ucrânia, invadida pela Rússia.
De acordo com a agência Europa Press, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que o seu país "desencoraja" o uso de bombas de fragmentação, no seguimento do anúncio de sexta-feira de que os Estados Unidos da América (EUA) vão fornecer este tipo de munições à Ucrânia.
Rishi Sunak lembrou que o Reino Unido é um dos 123 países signatários da Convenção sobre Munições de Fragmentação de 2008, que proíbe o uso de bombas de fragmentação, e destacou que Londres está a fornecer tanques e armas de longo alcance a Kiev para lutar contra a invasão russa.
"Continuaremos a fazer a nossa parte para apoiar a Ucrânia contra a invasão não provocada e ilegal da Rússia, mas fornecendo tanques de batalha pesados e, mais recentemente, armamento de longo alcance", explicou Sunak, de acordo com o canal de televisão Sky News.
O primeiro-ministro britânico tem um encontro agendado para segunda-feira, em Londres, com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Já o Governo do Canadá condenou o uso de bombas de fragmentação na guerra na Ucrânia, numa declaração em que explica os esforços do país para proibir o uso de outras munições indiscriminadas, como minas antipessoais, conforme expresso na Convenção de Otava, embora não tenha repudiado expressamente a decisão do Presidente norte-americano.
Numa declaração citada pela Europa Press, o Governo canadiano reitera que "cumprirá integralmente a convenção" sobre bombas de fragmentação e que continuará os seus esforços para alcançar a sua adoção universal.
A convenção foi assinada em 2008, mas não foi ratificada pelos Estados Unidos, pela Rússia e pela Ucrânia.
Segundo a Cluster Bomb Coalition, que reúne dezenas de organizações não governamentais, 97% das vítimas daquele tipo de munições, em 2021, foram civis, dos quais dois terços crianças.
Antes do anúncio dos EUA, este grupo já tinha denunciado o uso deste tipo de armamento no contexto da guerra na Ucrânia, principalmente por forças russas, mas também ucranianas.