12 jul, 2023 - 21:01 • Maria Costa Lopes
Jovens italianos estão a demonstrar a sua indignação contra a decisão de um juiz que se recusou a punir o porteiro de uma escola por apalpar uma aluna, porque o gesto "durou menos de 10 segundos".
O caso aconteceu numa escola em Roma, na capital italiana, em abril de 2022. O porteiro, Antonio Avola, de 66 anos, enfiou a mão nas calças de uma estudante de 17 anos e apalpou as suas nádegas.
Após ser denunciado pela vítima à polícia, Avola confessou, alegando que se tratou de uma "brincadeira".
Os procuradores pediram que o homem de 66 anos recebesse uma sentença de três anos e meio por agressão sexual.
Esta semana, o juiz encarregue pelo caso absolveu Avola de todas as acusações, porque o apalpão terá durado "menos de 10 segundos" e, por isso, "não constitui um crime".
O ator da série White Lotus, Paolo Camilli, postou um vídeo com um temporizador para mostrar o o tempo que o porteiro teria para agredir a jovem estudante.
Na descrição do vídeo no Instagram do ator pode ler-se: "Mas o Estado não deveria proteger?"
Esta publicação gerou uma onda de protestos nas redes sociais, com "palpata breve" (um breve apalpão, em português) e "10secondi" (10 segundos) a tornarem-se tendências no Instagram e no TikTok.
Esta não é a primeira vez que uma decisão sobre assédio sexual causa indignação no país.
Em 2016, um italiano de 65 anos acusado de apalpar as colegas foi considerado inocente porque um tribunal italiano decidiu que ele era motivado por um sentido de humor imaturo.