21 jul, 2023 - 19:36 • Lusa
O cantor Tony Bennett, que morreu esta sexta-feira aos 96 anos, era um dos últimos de uma geração de "crooners" do jazz, mas com uma carreira que atravessou dois séculos e chegou a várias gerações.
"Na música popular americana, ninguém gravou por um período tão longo e num tão elevado nível de excelência como Tony Bennett", escreveu o portal AllAboutJazz sobre o cantor que editou mais de 70 álbuns, esteve no topo de vendas desde a década 1950 e reuniu consenso entre artistas e público.
Em entrevista à agência Associated Press em 2006, uma década antes de lhe ter sido diagnosticado Alzheimer, Tony Bennett dizia que era um tenor que cantava como um barítono e que gostava de "entreter a audiência e fazer com que se esquecessem dos problemas".
"Eu acho que as pessoas gostam quando ouvem alguma coisa que é sincera e honesta, e talvez tenha um bocadinho de sentido de humor... Quando atuo, gosto que as pessoas se sintam bem", disse na mesma entrevista, aos 80 anos.
No obituário publicado, a AP escreveu que Tony Bennett foi o último dos grandes cantores de bares e clubes - e casinos - da segunda metade do século XX, que sobreviveu à ascensão do rock e conquistou a "geração MTV" com um repertório de canções de Cole Porter, Irving Berlin ou George Gershwin.
O primeiro grande sucesso de carreira surgiu em 1962, tinha 36 anos, com o tema "I Left My Heart in San Francisco", dos até então desconhecidos George Cory e Douglass Cross.
Tony Bennett nasceu Anthony Dominick Benedetto a 03 de agosto de 1926 no bairro de Queens, em Nova Iorque, de uma família italiana. Estudou música e pintura -- duas artes que praticou em paralelo -- mas desistiu da escola para ajudar a família.
Foi estafeta, trabalhou em restaurantes, ingressou no exército durante a Segunda Guerra Mundial e cantou para as tropas norte-americanas na Alemanha.
A AP diz que a primeira gravação que se conhece do cantor remonta a 1946, "St. James Infirmary", para a rádio das Forças Armadas norte-americanas.