22 jul, 2023 - 15:29
A Bulgária vai fornecer ao exército ucraniano cerca de 100 veículos blindados, decisão que marca uma reviravolta na política de envio de equipamento militar ao país para ajudar na batalha de Kiev contra a invasão russa.
A proposta do governo para o primeiro envio de equipamento militar pesado para a Ucrânia desde o início da guerra foi aprovada pelo parlamento búlgaro na sexta-feira, com 148 votos favoráveis e 52 votos contra.
"Este equipamento já não é necessário para as necessidades da Bulgária e pode ser um sério apoio à Ucrânia na sua batalha para preservar a independência e integridade territorial do país após a injustificada e não provocada agressão russa", refere a decisão do parlamento.
Os veículos blindados de origem soviética foram entregues na década de 1980 à Bulgária, na altura aliada da União Soviética no Pacto de Varsóvia.
A Bulgária, que aderiu à NATO em 2004, mantém um arsenal de armas projetadas pelos soviéticos e tem várias fábricas que produzem munições para esse armamento.
Apesar de o parlamento ter inicialmente aprovado a prestação de apoio militar à Ucrânia no final do ano passado, deixou para o executivo a decisão sobre os termos dessa ajuda.
O fornecimento direto de armas a Kiev foi rejeitado por governos provisórios anteriores, nomeados pelo presidente Rumen Radev, simpatizante com a Rússia e que, recentemente, disse que Kiev é o culpado pela guerra e que o fornecimento de armas à Ucrânia apenas prolongaria o conflito.
O novo governo pró-Ocidente decidiu agora enviar os veículos blindados para a Ucrânia, além de armamento e peças excedentes.
"Devemos dar veículos blindados à Ucrânia, porque os ucranianos estão a lutar não apenas pela sua liberdade, mas também pela nossa", afirmou o legislador liberal Ivaylo Mirchev.
A decisão motivou críticas do partido Socialista e de nacionalistas pró-Moscovo do partido Revival, que votaram contra.
"Não acho que possamos ajudar a Ucrânia com decisões militares e com o envio de equipamento militar, mas como mediadores para a paz, como um país que tem relações específicas com os dois lados", disse hoje o porta-voz da Assembleia Nacional e do Partido Socialista, Kristian Vigenin.