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Mãe e filha sequestradas no Haiti. EUA pedem que cidadãos evitem país

30 jul, 2023 - 16:56 • Lusa

Gangues armados controlam cerca de 80% da capital haitiana, onde são comuns os crimes violentos como rapto com pedido de resgate, assalto à mão armada e roubo de automóveis.

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Uma enfermeira da organização cristã sem fins lucrativos El Roi Haiti e a filha foram sequestradas na quinta-feira, revelou a organização, enquanto o Departamento de Estado dos EUA apelou a que sejam evitadas deslocações ao país caribenho.

Alix Dorsainvil trabalha como enfermeira e é casada com o diretor da organização, Sandro Dorsainvil, e foi raptada a filha de ambos nos arredores da capital haitiana, informou a El Roi Haiti, em comunicado.

"Alix é uma pessoa profundamente compassiva e amorosa que considera o Haiti o seu lar e o povo haitiano seus amigos e família", disse o presidente e co-fundador da El Roi, Jason Brown, citado na nota distribuída à imprensa.

A mulher, natural de New Hampshire, nos EUA, é descrita como trabalhadora "incansável" determinada em "trazer alívio para aqueles que sofrem".

Já um porta-voz do Departamento de Estado confirmou, também em comunicado no sábado, "os relatos do sequestro de dois cidadãos americanos no Haiti".

"Estamos em contacto regular com as autoridades haitianas e continuaremos a trabalhar com eles e com os nossos parceiros interagências do governo dos EUA. O sequestro é generalizado e as vítimas incluem regularmente cidadãos americanos", lia-se na nota.

Segundo o porta-voz norte-americano, os sequestros geralmente envolvem negociações de resgate.

Gangues armados controlam cerca de 80% da capital haitiana, onde são comuns os crimes violentos como rapto com pedido de resgate, assalto à mão armada e roubo de automóveis.

No início deste mês, a Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos emitiu um relatório alertando para um aumento de assassinatos e sequestros, enquanto o Conselho de Segurança da ONU reuniu para discutir o agravamento da situação no Haiti.

Com as forças de segurança haitianas sobrecarregadas, o secretário geral da ONU, António Guterres, e o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, pediram nas últimas semanas uma intervenção internacional para apoiar a polícia.

Guterres apelou para o envio de uma força externa à ONU, mas o Conselho de Segurança pediu ao português que apresentasse um relatório, até meados de agosto, sobre todas as opções possíveis, incluindo uma missão liderada pela ONU.

Vários países afirmaram apoiar a ideia de uma tal força, mas nenhum se ofereceu para a liderar.

O secretário de Estado norte-americano afirmou no sábado que foram feitos progressos para estabelecer uma força multinacional de manutenção da paz no Haiti, país que enfrenta crescente violência e insegurança relacionadas com gangues.

"Estamos determinados a pôr em prática tudo o que é necessário para a criação de uma força multinacional, incluindo encontrar uma nação líder para o fazer", disse Antony Blinken.

"Espero que em breve possamos dar conta de progressos neste domínio", acrescentou.

Também no sábado, o Quénia disse que aceitou enviar mil polícias para o Haiti para ajudar a restaurar a normalidade no país.

"A pedido do Grupo de Nações Amigas do Haiti, o Quénia concordou em considerar positivamente a possibilidade de liderar uma Força Multinacional no país", disse o ministro queniano dos Negócios Estrangeiros, Alfred Mutua, numa declaração na sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter).

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