31 jul, 2023 - 20:32 • João Pedro Quesado
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou esta segunda-feira a China por tomar uma posição cada vez mais combativa na região do Indo-Pacífico, e por não cumprir as suas responsabilidades internacionais no que toca à Ucrânia e à invasão levada a cabo pela Rússia.
Num discurso no Fórum de Negócios das Filipinas, a presidente da Comissão Europeia afirmou que a China, como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, ainda “não assumiu a sua inteira responsabilidade, sob a Carta das Nações Unidas, de defender a soberania e a integridade territorial da Ucrânia”.
De acordo com o Politico, Von der Leyen avisou que as demonstrações de força militar de Pequim nos mares da China Oriental e do Sul da China, e no estreito de Taiwan, podem ter “repercussões globais”, e lembrou que a UE tem aumentado o seu envolvimento na região do Indo-Pacífico.
A líder europeia também optou por promover o investimento da União Europeia na região, declarando que “não podemos escolher os nossos vizinhos, mas podemos escolher com quem fazemos negócio, e em que termos”.
Ursula von der Leyen abordou as exportações de níquel das Filipinas, apontando o dedo ao facto de 90% destes terem como destinatário a China – algo que “pode mudar”, diz, porque a União Europeia não quer investir apenas na extração de matérias-primas, mas apoiar o país “na construção de capacidade local para processamento” com energia limpa.
A visita de von der Leyen às Filipinas é o mais recente gesto de abertura de líderes ocidentes na região. Macron terminou na semana passada uma viagem em que prometeu defender a independência e soberania de todos os países no Indo-Pacífico, depois da administração norte-americana ter aumentado a cooperação de defesa com Manila.
A eleição de Ferdinand Macros Jr. como presidente das Filipinas em 2022 refez as relações com os Estados Unidos da América e da Europa, após seis anos de autoritarismo de Rodrigo Duterte.
A presidente da Comissão Europeia anunciou o recomeço das negociações, congeladas desde 2017, entre a União Europeia e o país de mais de 100 milhões de habitantes para a assinatura de um acordo de comércio livre.