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Símbolo soviético retirado de estátua de Kiev que também muda de nome

01 ago, 2023 - 17:54 • Lusa

"Mãe Pátria" passará a chamar-se "Mãe Ucrânia". A foice e o martelo retirados serão entregues ao Museu de História da Ucrânia na Segunda Guerra Mundial.

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As autoridades de Kiev concluíram esta terça-feira a retirada do símbolo soviético do monumento à "Mãe Pátria", uma das estátuas mais altas da Europa e uma das mais emblemáticas da capital da Ucrânia, informaram diversos 'media' ucranianos.

O símbolo, onde figuravam uma foice e um martelo rodeados por uma grinalda de espigas de milho, será substituído pelo tridente nacional ucraniano e espera-se que a substituição esteja concluída no Dia da Independência, que é assinalado no próximo dia 24 de agosto.

O monumento, inaugurado em 1981 como símbolo da vitória sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, também passará a designar-se “Mãe Ucrânia” em substituição da denominação original “Mãe Pátria”.

As alterações ao monumento estão avaliadas em 28 milhões de grivnas (cerca de 690 mil euros) e, segundo o diário Ukrainska Pravda, o processo foi financiado por doadores privados.

O ministro da Cultura ucraniano em funções, Rostyslav Karandeev, assistiu hoje aos trabalhos de retirada do símbolo soviético, definindo o processo como um “acontecimento histórico” num momento em que o país prossegue o seu caminho de “descomunização” ao eliminar as alusões ao passado soviético.

Esta medida insere-se no projeto de eliminação das referências soviéticas e russas do espaço público, que decorrem desde há vários anos mas que foram intensificadas após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

A futura estátua “Mãe Ucrânia”, com 102 metros de altura, incluindo o pedestal, e 450 toneladas de peso, é um dos monumentos mais emblemáticos de Kiev e representa uma mulher com um escudo numa mão e uma espada na outra.

A foice e o martelo retirados serão entregues ao Museu de História da Ucrânia na Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


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