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Ucrânia defende uso de armas estrangeiras fabricadas no país

03 ago, 2023 - 21:09 • Lusa

A declaração surge numa altura em que se especula sobre a origem dos drones que têm caído em território da Federação Russa nos últimos dias, incluindo no centro de Moscovo.

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A Ucrânia defendeu esta quinta-feira que nada a proíbe de atacar o território da Rússia com armas de origem estrangeira desde que sejam fabricadas pela indústria militar ucraniana.

O secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Oleksi Danilov, afirmou que Kiev tem acordos com aliados sobre a não utilização das respetivas armas contra território russo para evitar que sejam acusados de participar na guerra.

"Mas isso não afeta as armas produzidas pelo nosso complexo militar industrial", disse Danilov à televisão ucraniana, citado pela agência espanhola Europa Press.

Danilov referiu que a indústria militar ucraniana alcançou várias conquistas em termos de produção, embora tenha preferido não dar pormenores.

A declaração surge numa altura em que se especula sobre a origem dos 'drones' (aeronaves sem tripulação) que têm caído em território da Federação Russa nos últimos dias, incluindo no centro da capital, Moscovo.

Hoje mesmo, a Rússia anunciou que abateu durante a noite sete 'drones' sobre a região de Kaluga, a cerca de 180 quilómetros de Moscovo, segundo a agência francesa AFP.

A Rússia chegou a comparar os ataques aos do 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque, enquanto a Ucrânia avisou que Moscovo deve estar ciente de que a guerra vai penetrar cada vez mais em território russo.

Os aliados ocidentais da Ucrânia, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, NATO e União Europeia (UE), têm fornecido armamento às forças ucranianas para defenderem o país da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados recusaram sempre um envolvimento direto na guerra e rejeitaram mesmo que a NATO criasse uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, dado o risco de um confronto direto com a força aérea russa.

Em março, o Presidente norte-americano, Joe Biden, reafirmou que a NATO não se envolverá num confronto direto com a Rússia na Ucrânia porque isso significaria o início da terceira guerra mundial.

A Rússia tem criticado os fornecimentos de armas à Ucrânia.

O armamento dos aliados foi decisivo para a contraofensiva lançada em junho pelas forças ucranianas, embora com resultados modestos ao fim de sete semanas, como tem sido reconhecido por Kiev.

A Ucrânia tem pedido mais tanques, mais sistemas de defesa aérea e caças F-16, como reafirmou o principal conselheiro presidencial ucraniano, Mikhail Podoliak, numa entrevista divulgada hoje pelo portal de notícias húngaro Hgv.

"Se estas entregas se acelerarem, o curso da guerra também se acelerará", justificou Podoliak, criticando o ritmo lento inicial do apoio militar ocidental em 2022.

Podoliak afirmou que as operações militares da Ucrânia não são apenas "uma contraofensiva, mas um verdadeiro ataque", que está a ser levado a cabo "de acordo com o calendário previamente estabelecido pelo Estado-Maior".

Num relatório divulgado hoje, os serviços secretos do Ministério da Defesa britânico admitiram que o aumento da vegetação e do mato pode ser uma das causas para o lento progresso da contraofensiva.

Além de facilitar a camuflagem das posições defensivas russas, o aumento da vegetação poderá também dificultar a desminagem dos terrenos pelas tropas ucranianas, uma das razões referidas por Kiev para explicar a lentidão da contraofensiva.

"O crescimento da vegetação rasteira nos campos de batalha do sul da Ucrânia é provavelmente um fator que contribui para o progresso geralmente lento do combate nessa área", disse o ministério nas redes sociais.

"A terra predominantemente arável na zona de combate está em pousio há 18 meses, com o regresso das ervas daninhas e dos arbustos a acelerar sob as condições quentes e húmidas do verão", acrescentou.

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