05 ago, 2023 - 08:14 • Lusa
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse, na sexta-feira à noite, num jantar do Partido Republicano, que as novas acusações judiciais apenas servirão para o ajudar na corrida às presidenciais de 2024.
"Sempre que eles apresentam uma acusação, subimos nas sondagens", disse Trump no estado do Alabama, no sudeste dos EUA. "Mais uma acusação e esta eleição está fechada. Ninguém tem sequer uma possibilidade", acrescentou.
Apesar dos processos que se acumulam, o empresário continua a ser o favorito à nomeação republicana e ainda ampliou a distância para o 'número 2', o governador da Florida, Ron DeSantis, após a mais recente acusação.
O magnata declarou-se na quinta-feira "não culpado" num processo, que decorre em Washington, e em que é acusado de uma conspiração para tentar alterar o resultado das eleições presidenciais de 2020, das quais saiu derrotado.
"Muitos desses processos (...) poderiam ter sido apresentados há dois anos e meio. Mas não queriam apresentá-los há dois anos e meio, queriam esperar. (...) E esperaram até que me tornei a força dominante nas sondagens ", disse Trump.
No seu discurso no Alabama, o empresário descreveu a acusação como "ridícula" e ilegal e sinal da instrumentalização do Departamento de Justiça pelo atual Presidente norte-americano, o democrata Joe Biden.
"Este é um ato desesperado de um patético Joe Biden -- 'O Crápula' -- e dos seus bandidos radicais de esquerda para manterem as suas garras no poder", acrescentou o republicano de 77 anos.
Biden " é um ladrão corrupto e incompetente, e não deveria ter permissão para ser Presidente", disse Trump, perante cerca de 2.700 pessoas, acusando ainda alguns republicanos de serem "idiotas fracos".
Na sexta-feira, a campanha do magnata lançou um anúncio online a atacar o procurador especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, que liderou a investigação que culminou na acusação de conspiração.
No mesmo dia, o Departamento de Justiça pediu à juíza federal que tem em mãos o caso para intervir, após Trump ter feito uma publicação na Internet em que prometia vingança contra quem o acusa.
Horas antes do discurso no Alabama, Trump tinha também proclamado a sua inocência em novas acusações, divulgadas no final de julho, no caso sobre a alegada gestão negligente de documentos confidenciais da Casa Branca.
O ex-presidente é alvo de 37 acusações neste processo, incluindo retenção ilegal de informações relacionadas com a segurança nacional (nomeadamente planos militares ou informações sobre armas nucleares), obstrução da justiça e falso testemunho.
O empresário foi também indiciado de falsificar documentos comerciais num caso que envolveu a atriz pornográfica Stormy Daniels, com quem Trump teve um caso em 2006, num processo que decorre em Nova Iorque.