Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

NATO corrige alto funcionário sobre cedência de território da Ucrânia à Rússia

16 ago, 2023 - 23:23 • Lusa

Chefe de gabinete do secretário-geral da Aliança Atlântica sugeriu que solução para a guerra poderia passar pela "Ucrânia ceder território e receber em troca a adesão à NATO".

A+ / A-

A NATO assegurou esta quarta-feira que a sua posição sobre a Ucrânia "permanece inalterada", depois de o chefe de gabinete do secretário-geral da Aliança ter sugerido que, para facilitar a adesão, Kiev poderia fazer cedências territoriais à Rússia.

"A posição da NATO é clara e permanece inalterada. Como os líderes da NATO reiteraram na cimeira de Vilnius em julho, apoiamos totalmente a soberania e a integridade territorial da Ucrânia", disse à EFE um porta-voz da Aliança Atlântica.

"Continuaremos a apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário. Estamos comprometidos com uma paz justa e duradoura. A Ucrânia decidirá quando e em que termos a paz será alcançada e há claramente uma necessidade de garantias de segurança para garantir que a guerra não se repita", acrescentou.

Num fórum político na Noruega, Stian Jenssen, chefe de gabinete do secretário-geral da Aliança Atlântica, fez comentários sobre uma possível cedência do território ucraniano à Rússia, segundo revelou na terça-feira o jornal local VG.

"Penso que uma solução pode ser a Ucrânia ceder território e receber em troca a adesão à NATO. Não estou a dizer que deva ser assim, mas é uma solução possível", disse Jenssen, frisando, no entanto, que a Ucrânia deve ter a decisão sobre "quando e em que condições deseja negociar".

"Há movimentos essenciais sobre a questão de uma futura adesão da Ucrânia à NATO. É do interesse de todos que a guerra não se repita", sustentou.

Em entrevista ao jornal norueguês que inicialmente noticiou os seus comentários, Jenssen reconheceu que o seu comentário "foi um erro" e que "não deveria ter falado daquela forma".

Além disso, salientou que, "se se chegar ao ponto de haver negociações, a situação militar no terreno, quem controla o quê, será central, e terá necessariamente uma influência decisiva sobre a forma do eventual desfecho desta guerra".

"É por isso que é muito importante apoiar os ucranianos com o que eles precisam", considerou.

Questionado se a NATO quer iniciar uma discussão sobre como acabar com o conflito com a Rússia, Jenssen recusou alongar-se, dizendo que prefere "ser prudente e não especular muito".

"Acho que o principal é apoiar os ucranianos. Eles estão no meio de uma ofensiva. É preciso lembrar que no início da guerra havia a preocupação de que a Ucrânia pudesse cair em algumas semanas ou dias. Isso não aconteceu de qualquer forma. Eles mostraram uma resposta heroica contra um poder superior. A questão é quanto território a Ucrânia é capaz de recuperar", comentou.

Kiev, por seu lado, considerou a sugestão inicial de Jenssen inaceitável e criticou o facto de um representante da NATO estar a apoiar "uma narrativa de cedência territorial" que "apoia as posições da Rússia", segundo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Oleg Nikolenko, em declarações recolhidas pela agência Ukrinform.

Estas declarações ocorrem em plena contraofensiva ucraniana, que tem revelado avanços lentos, face às posições da Rússia no leste e sul do país invadido pelas forças de Moscovo em 24 de fevereiro de 2022.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Cidadao
    17 ago, 2023 Lisboa 08:31
    As coisas foram ditas e desdizer-se agora, depois da tempestade, é um caso de "pior a emenda, que o soneto". Até acredito que este tipo de conversas comece a fermentar nos corredores do Poder, principalmente depois de se ter pensado que a contra-ofensiva ucraniana ia levar tudo à frente o que não acontece - para isso, era preciso que o Ocidente tivesse fornecido as armas que a Ucrânia precisava, em Setembro de 2022, e não em Fevereiro de 2023, depois de terem dado 6 meses aos russos para prepararem defesas fortes. Em todo o caso cada minuto que este tipo esteja no cargo que atualmente ocupa, é um minuto a mais!

Destaques V+