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PM da Hungria defende pacto com Rússia sem referências à Crimeia e NATO

30 ago, 2023 - 17:56

Viktor Orbán considera irrealista que Kiev pretenda recuperar a Península da Crimeia e diz que as forças ucranianas têm poucas hipóteses de vencer a guerra.

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O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, defendeu a celebração de um pacto com a Rússia sobre o futuro da Ucrânia sem referências à Crimeia e à adesão do país à NATO, numa entrevista divulgada nesta quarta-feira.

"Devemos concluir um pacto com os russos sobre uma nova arquitetura de segurança que proporcione segurança e soberania à Ucrânia, mas que não inclua a adesão à NATO", disse Orbán, citado pela agência espanhola Europa Press.

Na entrevista gravada em 21 de agosto e divulgada agora nas redes sociais pelo antigo apresentador da Fox News Tucker Carlson, Orbán considerou irrealista que Kiev pretenda recuperar a Península da Crimeia, que Moscovo anexou em 2014.

Considerou também que as forças ucranianas têm poucas hipóteses de vencer a guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro 2022 devido à superioridade numérica dos russos.

"Os russos são muito mais fortes, muito mais numerosos do que os ucranianos", disse o primeiro-ministro da Hungria, segundo a agência norte-americana AP.

"Chamem Trump de volta..." diz primeiro-ministro húngaro

Para Orbán, o único caminho para acabar com a guerra na Ucrânia seria a reeleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.

"Chamem Trump de volta. ... Trump é o homem que pode salvar o mundo ocidental", afirmou.


Orbán, 60 anos, líder do partido nacionalista Fidesz - União Cívica Húngara e primeiro-ministro desde 2010, é considerado o dirigente dos países da União Europeia (UE) mais próximo de Putin.

Desde a invasão da Ucrânia, o Governo de Orbán manteve laços estreitos com Moscovo e ameaçou bloquear as sanções da UE contra a Rússia.

Também recusou autorizar a transferência de armas ocidentais através da fronteira que a Hungria partilha com a Ucrânia.

Orbán foi apoiante de Trump

Em 2016, Orbán foi o primeiro líder europeu a apoiar a candidatura presidencial de Trump, um apoio que renovou nas eleições de 2020, em que o ex-presidente republicano foi derrotado pelo democrata Joe Biden.

Em maio, ao abrir uma Conferência de Ação Política Conservadora em Budapeste, Orbán também defendeu que a guerra da Rússia contra a Ucrânia não teria ocorrido se Trump liderasse os Estados Unidos.

Na entrevista ao antigo apresentador da Fox News, Orbán elogiou a política externa de Trump e criticou a abordagem à guerra da administração do Presidente Joe Biden.

Embora Trump enfrente acusações criminais por supostamente tentar anular as eleições de 2020, a reeleição do ex-presidente seria "a única saída" para a guerra, insistiu.

Orbán criticou as múltiplas acusações contra Trump como uma utilização abusiva do poder pelo governo dos Estados Unidos que seria impensável na Hungria.

"Usar o sistema judicial contra os opositores políticos - na Hungria, acho que é impossível de imaginar. Isso foi feito pelos comunistas. É uma metodologia muito comunista", afirmou, citado pela AP.

Orbán também lamentou os esforços da administração Biden para fazer com que o governo húngaro melhore o Estado de direito e o historial em matéria de direitos humanos.

Apesar de a Hungria ser membro da NATO e aliada dos Estados Unidos, "somos mais maltratados do que os russos", afirmou.

Comentários
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  • José J C Cruz Pinto
    31 ago, 2023 Ílhavo 10:47
    Não há (por enquanto, mas é urgente encontrar) é manicómio que nos salve deste e de todos os outros políticos idiotas e/ou criminosos: Trump, Bolsonaro, Putin, Le Pen, etc., e todos os seus simpatizantes ou avençados, como os do Vox e os do nosso Partido da Ilegalidade e Vergonha Transbordantes.
  • Cidadao
    30 ago, 2023 Lisboa 22:11
    O quer vale. é que a opinião deste tipo tem tanto peso como a do Medvded... Um e outro não são para levar a sério. E nem percebo porque é que a NATO permite um cavalo de Tróia como a Hungria, no interior do seu espaço. Corram com a Hungria e façam entrar a Ucrânia! Esses valentes, mesmo não pertencendo nem à UE nem à NATO, estão a fazer pelo Ocidente, aquilo que a Hungria do Putin nunca faria...

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