29 ago, 2023 - 14:20 • Marta Pedreira Mixão
A tempestade tropical Idália atingiu, esta terça-feira, a força de furacão de categoria 1 e está a a aproximar-se da Flórida, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), que passou à categoria 3.
Através da rede social X, o NHC alertou para o facto de existir "risco de vida" ao longo da "Costa do Golfo da Flórida, onde está em vigor um aviso de tempestade, incluindo a Baía de Tampa e a região de Big Bend".
"Os residentes nestas áreas devem seguir todos os conselhos dados pelas autoridades locais", avisam as autoridades.
Na sequência dos avisos e do potencial de destruição do furacão, quase duas dezenas de condados da Flórida emitiram ordens de evacuação.
Depois de ter passado pela costa ocidental de Cuba, o Idália atingiu a força de furacão e, segundo as autoridades, deverá transformar-se num "furacão extremamente perigoso" até chegar a terra, na quarta-feira de manhã, provavelmente atingindo a zona de Big Bend.
Durante a tarde desta terça-feira, o furacão dirigia-se para a Flórida com ventos máximos de 120 quilómetros por hora na sua parte central.
Antes de o Idália passar de tempestade a furacão, o Presidente dos EUA, Joe Biden, declarou estado de emergência no estado da Flórida, para facilitar o envio de ajuda federal.
Além de ter assinado a declaração de emergência, o chefe de Estado norte-americano conversou também por telefone com o governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, para informá-lo desta aprovação, referiu a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em conferência de imprensa.
Biden tem um relacionamento difícil com DeSantis, que seguiu políticas opostas à visão do Presidente norte-americano em várias áreas.
Os habitantes da Flórida já se estão a preparar para a chegada da tempestade tropical que está prevista para atingir a costa na quarta-feira como um grande furacão na costa oeste deste Estado, perto de onde o furacão Ian ocorreu há pouco menos de um ano, deixando morte e destruição à sua passagem.
A trajetória do Idália, que o Centro Nacional de Furacões prevê que se mantenha paralela à costa ocidental da Flórida durante grande parte do dia de hoje, tornou difícil prever exatamente onde a tempestade chegaria a terra: uma pequena oscilação a leste ou a oeste poderia deslocar o seu centro da menos povoada Big Bend para Tallahassee, a norte, ou para Tampa, a sul.
Dada a incerteza, foram recomendadas ou ordenadas evacuações nas zonas baixas e DeSantis encorajou os residentes da Flórida em áreas costeiras baixas a procurar terrenos mais altos.
De acordo com as autoridades, a maior ameaça à vida deverá ser causada pelas "ondas de tempestade", ou seja, paredes de água do mar que são empurradas para terra pelos ventos fortes do furacão.
O governador DeSantis destacou também 5.500 membros da Guarda Nacional e alertou para o facto de que, embora as equipas de serviços de emergência estivessem prontas para reparar as linhas de energia depois da tempestade, os residentes do estado deveriam estar preparados para ficar sem eletricidade. O apelo visou também assegurar que a população tem veículos atestados e as autoridades já asseguraram um reforço do combustível em várias estações de serviço ao longo das rotas de evacuação.
"Haverá destruição de casas, residências e estruturas", avisou ainda David DeCarlo, diretor do Gerenciamento de Emergências do Condado de Hernando. "Vai ser uma tempestade com impacto de vida".
O impacto das alterações climáticas na frequência das tempestades tropicais ainda não é claro, mas o aumento da temperatura da superfície do mar pode levar ao aquecimento do ar que se encontra na superfície, gerando mais energia para a formação de furacões.
[Atualizado dia 30 de Agosto às 9h15]