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Myanmar

Filho de Aung San Suu Kyi acusa Junta Militar de bloquear "cuidados de saúde urgentes"

06 set, 2023 - 12:25 • Redação com Reuters

Filho da ex-líder, a cumprir pena de prisão domiciliária, diz que a Nobel da Paz está a sofrer de problemas gengivais que a impedem de comer, para além de vómitos frequentes e fraqueza generalizada.

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A ex-líder do Myanmar, Aung San Suu Kyi, atualmente sob detenção, está doente e um pedido para ser vista por um médico foi rejeitado pela Junta Militar do país, denunciou fonte da família e um elemento do Governo-sombra de Suu Kyi na terça-feira.

Esta quarta-feira, a informação foi confirmada à BBC pelo próprio filho de Suu Kyi, Kim Aris, que acusa as autoridades prisionais birmanesas de negarem "cuidados de saúde urgentes" à mãe.

Apesar de ter pedido para ser observada por um médico independente, a Nobel da Paz, atualmente com 78 anos, está a ser tratada por um médico do departamento prisional.

"Está a sofrer com gengivas inchadas, sem conseguir comer bem, a vomitar e a sentir-se fraca", disse a fonte citada pela Reuters, que recusou ser identificada com medo de ser detida. O porta-voz da Junta Militar não respondeu aos pedidos da Reuters para comentar o assunto.

"Negar a um prisioneiro doente o acesso a cuidados de saúde recomendados é insensível e cruel", adiantou esta quarta-feira o filho de Suu Kyi, numa mensagem enviada ao serviço birmanês da BBC.

"Qualquer pessoas com problemas de gengivas tão graves que não consegue comer obviamente fica com toda a sua saúde em risco se lhe for negado tratamento adequado", aacrescenta Aris, de 46 anos, que vive exilado no Reino Unido.

O país do sudeste asiático atravessa uma nova crise política desde o início de 2021, quando os militares depuseram o Governo eleito de Suu Kyi e lançaram uma nova "caça" a opositores, que tem visto milhares serem detidos ou mortos.

Suu Kyi cumpre atualmente uma pena de prisão de 27 anos após ter sido condenada por 19 acusações criminais. A líder deposta rejeita as acusações, que vão desde incitamento a fraude eleitoral a corrupção, e tem apresentado sucessivos recursos contra a sentença.

Em julho, depois de ter começado por cumprir a pena numa prisão, foi transferida para prisão domiciliária.

Muitos governos continuam a insistir que Suu Kyi deve ser libertada, bem como milhares de outros prisioneiros políticos; EUA, a União Europeia e o Reino Unido têm imposto sanções a Myanmar na tentativa de pressionar o regime militar a fazer cedências.

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