08 set, 2023 - 15:25 • João Pedro Quesado
As cheias na Grécia provocaram dez mortos (e quatro pessoas estão ainda desaparecidas), obrigando a tentativas de salvamento de centenas de pessoas retidas pela subida das águas, que submergiram várias localidades. O primeiro-ministro grego diz que o país enfrenta "uma batalha muito desigual" com a natureza.
Depois de semanas de temperaturas altas e incêndios florestais de grande dimensão, as planícies da região de Tessália foram atingidas por uma tempestade de três dias, em que caíram cerca de 800mm de chuva em 24 horas - o equivalente a mais de um ano de chuva.
A água em excesso fez os rios galgar as margens, arrastando consigo casas e pontes. Receia-se que o número de mortos, atualmente sete, suba assim que as operações de resgate consigam chegar mais zonas inundadas.
Quase 73 mil metros quadrados da região de Tessália estão inundados. A chuva parou, mas a água atingiu os dois metros de altura em alguns locais.
Em visita a algumas das áreas mais afetadas pela tempestade, o primeiro-ministro afirmou que a Grécia está a lidar com "um fenómeno natural que nunca vimos", segundo a BBC.
Kyriakos Mitsotakis prometeu compensar as pessoas cujas casas foram destruídas ou danificadas. "Vamos fazer tudo o que é humanamente possível. Percebo tanto a ira como a raiva. Nunca me escondi, estou sempre aqui em tempos difíceis," disse.
No caso da Grécia, as fortes tempestades surgem na(...)
A cidade que mais recentemente ficou em risco é Larissa, onde vivem 150 mil pessoas e o rio Pineios também galgou as margens, inundando alguns subúrbios. As autoridades pediram aos residentes nas zonas envolventes da cidade para sair.
Já a cidade costeira de Volos está sem água potável há quatro dias. Os habitantes recolheram água de fontes e do mar com baldes e barris.
Os bombeiros gregos dizem que mais de 1.800 pessoas foram resgatadas em toda a Grécia desde terça-feira. As buscas por um casal austríaco em lua de mel, que estava numa casa arrastada pelas inundações, continuam.
As inundações rápidas destruíram várias pontes, danificaram estradas e causaram destruição em larga escala numa das zonas agrícolas mais importantes da Grécia. A produção agrícola da Tessália equivale a 15% da produção nacional grega. Nos locais onde a água já recuou, ficou uma espessa camada de lama a cobrir solo fértil.