11 set, 2023 - 13:51 • João Pedro Quesado
Poucos dias depois de reconhecer a situação, a Comissão Europeia declarou-se esta segunda-feira "muito preocupada" com a situação de um sueco, funcionário dos serviços diplomáticos da União Europeia (UE), que já passou mais de 500 dias detido numa prisão no Irão.
A comissária para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, falou pela primeira vez desde que o secretismo que cobria o caso terminou, e disse que estão a ser feitos todos os esforços para conseguir libertar Johan Floderus.
"Estou muito triste. Estou muito preocupada. E isto tem estado comigo há muito tempo já", afirmou Ylva Johansson. De acordo com o The Guardian, Floderus esteve na equipa da comissária europeia durante cerca de dois anos, mas pediu para mudar de equipa por querer trabalhar na delegação da União Europeia no Afeganistão.
"Sempre que temos encontros diplomáticos a todos o(...)
"Ele era uma pessoa brilhante, muito calorosa e uma excelente pessoa com quem trabalhar. E claro, quando se trabalha de forma próxima, as pessoas também se tornam amigas," disse Johansson, de forma emocionada, na conferência de imprensa desta manhã.
O governo sueco tinha a responsabilidade de libertar Johan Floderus, mas estava a ser apoiado pelo alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, explicou Ylva Johansson.
Johan Floderus foi detido no Irão há 512 dias, em Abril de 2022, mas a identidade deste funcionário diplomático da UE foi mantida em segredo até ao dia 4 de setembro, quando foi revelada pelo The New York Times. A detenção ocorreu quando o jovem viajava com amigos.
A identidade foi mantida em segredo pela Suécia e pela União Europeia com base no argumento que a diplomacia silenciosa era a melhor forma de conseguir a liberdade de Floderus - que atingiu os 33 anos este domingo.
Os três homens, um dos quais esteve detido sete an(...)
Durante o fim de semana, a família de Johan Floderus também quebrou o silêncio, impelindo a comunidade internacional a ajudar a conseguir a liberdade do jovem. A família queixa-se que Floderus foi obrigado a recorrer à greve de fome para conseguir fazer chamadas telefónicas.
A família também revelou que a primeira reunião consular de Floderus aconteceu apenas cinco meses após ter sido detido, queixando-se ainda das condições "inaceitáveis" em que vive - incluindo iluminação permanente na cela, o que viola os padrões mínimos das Nações Unidas para o tratamento de prisioneiros.
O jovem funcionário diplomático também está restrito a apenas algumas pausas por semana, de apenas 30 minutos, para apanhar ar fresco e luz solar, diz a família.
Ainda de acordo com a família, Johan Floderus está detido, sem acusação formal, na prisão de Evin, em Teerão - onde muitos presos políticos, assim como detidos por razões de segurança, estão detidos.