Dominic Pezzola, membro do grupo extremista Proud Boy, que partiu uma janela do Capitólio com um escudo roubado à polícia, permitindo que a primeira vaga invadisse o edifício, foi esta sexta-feira condenado a 10 anos de prisão.
As imagens de Dominic Pezzola, conhecido por "Spazzolini", a usar o escudo antimotim da polícia para invadir o edifício do Capitólio tornaram-se um símbolo da violência do dia 6 de janeiro. Foi o único dos cinco arguidos no julgamento dos Proud Boys que não foi condenado pela acusação principal de conspiração sediciosa.
O juiz distrital Timothy Kelly condenou os outros dois Proud Boys julgados até agora a penas de prisão equivalentes a cerca de metade do que os procuradores pediram, o que se repetiu com Pezzola, já que a acusação pedia 20 anos de prisão.
"Foi o senhor que partiu aquela janela e deixou que as pessoas começassem a entrar no edifício do Capitólio e a ameaçar a vida dos nossos legisladores", defendeu o juiz, referindo que este "foi, de certa forma, a ponta da lança".
Várias provas em vídeo mostravam as ações de Pezzola no Capitólio, incluindo um vídeo do próprio, no interior do edifício depois de ter liderado a invasão.
Segundo a NBC, os procuradores disseram "as ações de Pezzola mostraram, sem sombra de dúvida, que ele tinha a intenção de influenciar ou afetar a conduta do governo através de intimidação ou coerção".
"Enquanto lutava com a polícia, que estava a tentar reprimir o avanço da multidão, Pezzola roubou a um agente o seu escudo antimotim e, em vez de tomar medidas coerentes com o seu motivo autoproclamado de autodefesa, Pezzola festejou, posando com o escudo enquanto fazia o gesto de mão dos Proud Boys e cantava 'USA! USA!' e segurava triunfantemente o escudo acima da cabeça", detalharam, citados por meios de comunicação locais.
O nova-iorquino foi condenado por várias acusações, incluindo agressão ou resistência a um agente da polícia, roubo de um escudo da polícia, destruição de propriedade governamental e obstrução de um processo oficial.
Segundo os meios de comunicação do país, antes de conhecer a sua sentença, Pezzola terá apelado ao juiz: "Estou, hoje, perante vós como um homem mudado e humilde. Nunca neguei o que fiz em J6".
Depois de o juiz afirmar que esperava que o Pezzola 'virasse a página' e momentos antes deste abandonar a sala de audiências, de punho erguido, gritou: "Trump ganhou"!
De acordo com as provas apresentadas no julgamento, Pezzola juntou-se aos Proud Boys pouco antes de 6 de janeiro e foi elogiado pela liderança da organização pelas suas ações violentas numa outra manifestação, semanas antes do motim no Capitólio. Durante o julgamento, o Ministério Público argumentou que os outros arguidos, líderes dos Proud Boys, pressionaram membros de nível inferior, a estarem na linha da frente da violência no Capitólio.