04 out, 2023 - 11:42 • Redação
Pela 13.ª vez consecutiva a liberdade global na Internet diminui. Os dados avançados esta quarta-feira pelo relatório da Freedom House, organização sem fins lucrativos pela defesa da liberdade, democracia e direitos humanos.
A entidade indica que as condições pioraram em 29 países e melhoraram em 20, e sublinha que os ataques à liberdade de expressão têm-se tornado frequentes em todo o mundo.
Segundo o documento “Freedom on the Net 2023: The Repression Power of Artificial Intelligence”, o pior com maior perda de liberdade "online" face a 2022, foi o Irão. No último ano, as autoridades do país cortaram o acesso à Internet, bloquearam ferramentas como o Instagram e o WhatsApp, e aumentaram a vigilância online. Estas medidas foram tomadas para reprimir e controlar os protestos antigovernamentais.
A China volta a ocupar, pela 9.ª vez consecutiva, o último lugar, sendo considerado o país com o pior ambiente do mundo para a liberdade na Internet.
O Myanmar esteve próximo de ultrapassar a China e as condições pioraram nas Filipinas e na Costa Rica. O país de Manila viu aprovada uma lei antiterrorismo pelo ex-Presidente Rodrigo Duterte, que visa bloquear websites noticiosos que criticavam a sua administração. Já na Costa Rica, o gestor de campanha do Presidente eleito contratou pessoas para perseguir ‘online’ vários meios de comunicação do país.
A Freedom House destaca o Myanmar e o Irão, uma vez que pessoas foram condenadas à morte por crimes relacionados com a partilha da expressão na Internet. Ainda no campo da justiça, o relatório aponta que a a Bielorússia e a Nicarágua também viram a sua reputação online cair, uma vez que houve cidadãos que receberam "penas de prisão draconianas" por falarem 'online', "uma tática central utilizada pelos ditadores de longa data Alyaksandr Lukashenka e Daniel Ortega nas suas violentas campanhas para permanecerem no poder".
O documento avalia a liberdade "online" em 70 países, abrangendo 88% dos utilizadores do mundo. Este foi o 13.º relatório do género da organização e contou com 85 analistas e consultores. O estudo analisa os países em questão numa escala de 100 pontos em 21 indicadores relativos aos obstáculos de acesso à Internet, limites de conteúdo e violação dos direitos dos utilizadores.