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Apoio à Ucrânia, paz, e alargamento da UE dominaram reunião do Grupo de Arraiolos

06 out, 2023 - 23:06 • Lusa

Os 13 Presidentes da República presentes foram consensuais na necessidade e importância da continuidade do apoio à Ucrânia na guerra contra a "agressão da Federação Russa"

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O alargamento da União Europeia, o apoio à Ucrânia, necessidade de paz e eleições europeias marcaram as conclusões do encontro do Grupo de Arraiolos, que reuniu hoje, no Porto, chefes de Estado europeus sem poderes executivos.

Os 13 Presidentes da República presentes foram consensuais na necessidade e importância da continuidade do apoio à Ucrânia na guerra contra a "agressão da Federação Russa" e nos benefícios do alargamento da União Europeia aquele país, à Geórgia e aos Balcãs Ocidentais, na relevância das Eleições Europeias, marcadas para 2024, mas foram dados testemunhos de falta de unanimidade na questão da alteração, ou não, dos tratados europeus sobre aquele alargamento.

"O maior desafio que enfrentamos hoje é restaurar a paz na Ucrânia, que significa também a paz na Europa, é garantir a segurança dos nossos cidadãos, porque sem segurança e sem paz, todos os nossos sonhos sobre uma Europa competitiva, ecológica, sustentável, sólida, cairão", alertou o Presidente da Bulgária, a discursar na conferência de encerramento do encontro.

Para Rumen Radev, a "Europa não se pode dar ao luxo de deixar que a guerra [na Ucrânia] se arraste" e a "principal prioridade" dos líderes europeus tem que ser "encontra formas que possam abrir o caminho para restaurar a paz na Ucrânia".

"Todos concordamos que temos que apoiar ainda mais a Ucrânia e demonstrar a nossa solidariedade e unidade, a união faz a força, temos que nos manter unidos no apoio à Ucrânia. Hungria continuará a apoiar a Ucrânia", garantiu a Presidente da Hungria, Katalin Novák.

A chefe de Estado húngara salientou igualmente a necessidade de uma "paz duradoura e sustentável o mais rapidamente quanto possível", mas deixou um alerta: "Não podemos decidir pelos ucranianos, até onde estes estão dispostos a ir, mas temos que representar os nossos povos e o povo húngaro quer paz e evitar a escalada do conflito", apontou.

A urgência de paz foi também salientada pelo chefe de Estado de Itália, Sergio Mattarella: "Apoiamos tudo que seja possível para um processo de paz, que tem que ser justa baseada na soberania da Ucrânia e no respeito pelas regras do direito internacional", salientou o líder italiano.

Além do alargamento da União Europeia à Ucrânia, Moldova, Geórgia e aos Balcãs Ocidentais, que Mattarella é "fator de estabilidade", Radev defendeu o alargamento do espaço Schengen à Bulgária e à Roménia, que embora não tenha estado presente da reunião, juntou-se ao grupo para o jantar no Palácio da Bolsa.

"Mantermos a Roménia e a Bulgária fora de Schengen não contribui para o futuro da Europa. Em tempo de crise económica, energética e de segurança a União Europeia precisa de linhas de comunicação rápidas e abertas, manter-nos do lado de fora é contra os nossos princípios e valores", referiu o chefe de Estado búlgaro.

E se os benefícios do alargamento da União Europeia foram unânimes, divergências houve sobre a necessidade de alterar, ou não, os tratados europeus vigentes, nomeadamente acabar com o direito de veto: "Temos que nos ater com o que está nos tratados europeus, mostrar respeito mútuo, a União Europeia é uma união de estados, nações fortes, e defendo o principio da unanimidade na tomada de decisão, não devemos abdicar desse principio", defendeu a Presidente húngara, Katalin Novák.

"Algumas vozes na União Europeia que dizem que para aceitarmos novos países temos que alterar os tratados (...),também em termos de tomadas de decisão devemos abdicar do direito de veto, que devemos alterar para votos por maioria. Estas são as expectativas que levarão a uma oligarquização da União Europeia. Os grandes irão decidir o futuro dos mais pequenos e dos Estados médios da União Europeia e nós estamos certos de que não podemos concordar com isso", afirmou o Presidente da Polónia, Andrzej duda.

As eleições europeias foram outro assunto comum nos discursos dos vários chefes de Estado presentes do Porto, com Itália a defender que aquele "grande exercício democrático" em que mais de 400 milhões de europeus são chamados a votar "deve refletir-se numa estrutura da União Europeia que tenha de facto uma capacidade de decisão real, uma capacidade de ação eficaz".

"As escolhas que os nossos cidadãos vão fazer vão influenciar as posições sobre questões críticas, como migrações, alargamento e alterações climáticas", apontou a Presidente da Grécia, Katerina Sakellaropoulou.

No Porto, no encontro que marcou os 20 anos do grupo, criado por Jorge Sampaio, marcaram presença os chefes de Estado da Bulgária, Rumen Radev, da Croácia, Zoran Milanovic, da Eslovénia, Natasa Pirc Musar, da Estónia, Alar Karis, da Finlândia, Sauli Niinistö, da Grécia, Katerina Sakellaropoulou, da Hungria, Katalin Novák, da Irlanda, Michael Higgins, de Itália, Sergio Mattarella, da Letónia, Edgars Rinkevics, de Malta, George Vela, e da Polónia, Andrzej Duda.

JCR/SVRF // RBF.

Lusa/Fim.

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