08 out, 2023 - 20:08 • Lusa
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou hoje uma ofensiva diplomática para garantir o fim da violência na Faixa de Gaza e defendeu a criação de um Estado palestiniano independente como única solução para o conflito israelo-palestiniano.
"A Turquia está a fazer o possível para terminar com o conflito o mais rapidamente possvíel e reduzir as tensões após os últimos acontecimentos", afirmou Erdogan no decurso da inauguração de uma igreja ortodoxa siríaca em Istambul.
"Estamos prontos para intensificar as iniciativas diplomáticas que pusemos em ação para recuperar a tranquilidade. Convidamos todos os atores envolvidos na região a contribuir sinceramente para a paz", acrescentou, citado pela agencia noticiosa oficial Anatolia.
Numa referência às raízes históricas do conflito, o chefe de Estado turco -- que no sábado foi reeleito para a liderança do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamista conservador e no poder em Ancara) -- considerou que "não se pode adiar mais" a criação de um Estado palestiniano independente com capital em Jerusalém e assegurou que a paz em todo o Médio Oriente depende da solução do conflito entre Israel e a Palestina.
"Uma paz duradoura no Médio Oriente apenas é possível através de uma solução definitiva do conflito israelo-palestiniano. Nesta questão, como sempre afirmámos, é extremamente importante preservar a perspetiva da solução de dois Estados", declarou no decurso da inauguração da igreja da minoria religiosa.
No sábado, Erdogan pediu "moderação" e todos os envolvidos no conflito desencadeado pelo ataque do grupo islamista palestiniano Hamas a Israel, com um balanço de centenas de mortos.
O Presidente turco reiterou que o conflito palestiniano constitui o cerne da de todos os problemas na região e advertiu que na ausência de uma solução equilibrada a região permanecerá "distante da paz".
Neste sentido, defendeu a integridade da Esplanada nas Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos e situada no centro de Jerusalém, frisando que "a Turquia continuará a opor-se a qualquer tentativa contra a mesquita da Al-Aqsa".
Apesar de Erdogan ter manifestado solidariedade com os "irmãos e irmãs palestinianos", também disse que ser necessário evitar qualquer passo que conduza a mais derramamento de sangue.