11 out, 2023 - 13:22 • Lusa
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou esta quarta-feira que Israel não se comporta "como um Estado" na Faixa de Gaza, onde decorre o conflito sangrento com o grupo islamita Hamas.
A declaração surge após os novos ataques que o Exército israelita lançou hoje como resposta ao ataque lançado pelo grupo palestiniano Hamas.
"Israel não deve esquecer que, se agir como uma organização e não como um Estado, acabará por ser tratado como tal", declarou o chefe de Estado da Turquia, denunciando os "métodos vergonhosos" do exército israelita com "o massacre indiscriminado de inocentes em Gaza sujeitos a constantes bombardeamentos".
Para Erdogan, "bombardear localidades civis, matar civis, bloquear a ajuda humanitária" é "reflexo de uma organização e não de um Estado".
O Presidente turco usa normalmente o termo "organização" para descrever o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, a guerrilha curda da Turquia), classificado como terrorista por Ancara e pelos seus aliados ocidentais.
Erdogan denunciou ainda os "assassinatos de civis no território israelita".
"Acreditamos que a guerra deve ter ética e que ambas as partes devem respeitá-la. Infelizmente, este princípio é gravemente violado em Israel e em Gaza", afirmou.
O Presidente também assegurou que a Turquia "continuará a intensificar as suas operações contra os combatentes curdos do PKK na Síria e no Iraque".
Desde 1 de outubro que o país tem lançado uma série de bombardeamentos em retaliação a um ataque que feriu dois agentes policiais em Ancara e foi reivindicado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
"Já intensificámos as nossas operações aéreas e vamos continuar e mostrar aos terroristas que podemos destruí-los em qualquer lugar e a qualquer momento", afirmou o chefe de Estado.
Recep Tayyip Erdogan foi reeleito no dia 7 de outubro para a liderança do seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) no decurso do IV Congresso extraordinário da organização e defendeu a estratégia de eliminar "na sua origem" o terrorismo, numa referência ao PKK.