16 out, 2023 - 17:29 • Lusa
A Comissão de Investigação da ONU para os Territórios Palestinianos Ocupados indicou esta segunda-feira que começou a recolher provas sobre crimes de guerra cometidos pelo Hamas, por outros grupos armados palestinianos e pelas forças de segurança israelitas, desde 07 de outubro.
"As atrocidades que testemunhamos desde aquele dia [quando o Hamas atacou Israel] acrescentam uma urgência sem precedentes às nossas conclusões e recomendações", disse em comunicado a presidente da Comissão, Navy Pillay, que foi alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos entre 2008 e 2014.
A jurista sul-africana acrescentou que, à luz dos acontecimentos recentes, "os civis e as instalações civis devem ser sempre protegidos, nunca são um alvo legítimo e todas as partes devem cumprir a sua obrigação de protegê-los de acordo com o direito humanitário internacional".
Também hoje, a presidente do Parlamento Europeu (PE), Roberta Metsola, afirmou que a atenção europeia deve continuar a centrar-se na libertação dos reféns capturados pelo grupo islamita Hamas e na ajuda humanitária à população civil de Gaza.
"A nossa atenção deve continuar a centrar-se em garantir que os reféns raptados sejam libertados incondicionalmente, que a ajuda humanitária chegue aos necessitados, que os civis não sejam visados, que os corredores de segurança sejam mantidos e que continuemos a colaborar com os representantes legítimos do povo palestiniano e com os intervenientes regionais para evitar uma escalada das tensões na região e nas zonas vizinhas", sublinhou Metsola, na abertura da sessão plenária do PE, que hoje tem início em Estrasburgo, França.
Guerra no Médio Oriente
Mais de um milhão de pessoas terá fugido até ao mo(...)
A propósito da sua visita a Israel, na semana passada, a líder do PE referiu ter sido "uma das coisas mais duras" que fez no exercício do seu mandato, salientando que nunca esquecerá o horror que testemunhou após ter visto "as profundezas incompreensíveis e indesculpáveis em que o homem se afundou".
"Temos de continuar a procurar algumas soluções para as consequências da crise humanitária em Gaza, em linha com as nossas obrigações e a lei internacional", referiu também.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel tem vindo a bombardear várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.
Israel subiu hoje para 199 o número de pessoas capturadas pelo grupo islamita Hamas durante o ataque de 07 de outubro, mais 44 do que o balanço anterior.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está "em guerra" com o Hamas.
Telavive tem vindo a reunir tropas junto ao território da Faixa de Gaza, em preparação para uma provável ofensiva contra o Hamas.
Segundo os relatos das agências internacionais, os palestinianos da Faixa de Gaza aglomeraram-se hoje em hospitais e escolas, à procura de abrigo e com pouca comida e água.
Mais de um milhão de pessoas terá fugido até ao momento das respetivas casas antes de uma esperada ofensiva terrestre israelita naquele enclave controlado pelo Hamas desde 2007.