16 out, 2023 - 14:51 • João Pedro Quesado
A fronteira em Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, ainda não abriu. A possível entrada de ajuda humanitária e saída de estrangeiros, que estaria planeada para esta segunda-feira, continua por acontecer. Ao início da tarde em Lisboa, milhares de pessoas estavam concentradas no posto fronteiriço à espera de conseguir sair de Gaza, onde ainda não está a chegar a água potável.
Esta manhã, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Sameh Shoukry, culpou Israel por estar a impedir a abertura da passagem no sul de Gaza, sem assumir uma posição clara sobre um possível acordo para permitir a passagem de civis estrangeiros e palestinianos com dupla nacionalidade.
Milhares de pessoas concentraram-se neste posto fronteiriço, na esperança de lhes ser permitida a passagem para o Egito. Isto porque, este domingo, Antony Blinken, o secretário de Estado norte-americano, garantiu a abertura deste ponto, com o principal objetivo de fazer entrar ajuda humanitária em Gaza.
Já esta manhã, Israel desmentiu o alegado acordo para um cessar-fogo e a entrada de ajuda humanitária em Gaza. À Reuters, os responsáveis do Hamas em Gaza não confirmaram a abertura da fronteira nem a entrada do comboio de camiões que transportam ajuda humanitária para o enclave palestiniano.
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Ao fim da manhã, foi registado fogo intenso de artilharia, disparado contra Gaza a partir da zona de Sderot pelo Exército israelita. O ataque durou cerca de 15 minutos.
Segundo a Al-Jazeera, os bombardeamentos no norte de Gaza, assim como no sul, ainda não pararam esta segunda-feira.
A chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza é fulcral, numa altura em que há falta de medicamentos e outros materiais médicos, combustível, comida e água.
A fronteira em Rafah é a única passagem de e para a Faixa de Gaza que não é controlada por Israel, que mantém o enclave palestiniano sob bloqueio económico desde 2007, ano em que o Hamas assumiu o controlo do território.
Israel tinha anunciado a reposição, de forma limitada, do abastecimento de água no sul de Gaza. No entanto, o Ministério do Interior de Gaza, citado pela Reuters, negou que o abastecimento de água tenha sido recuperado – uma informação já confirmada pela ONU.
“Os habitantes bebem água insalubre, o que coloca um sério risco de saúde que ameaça as vidas dos cidadãos”, disse o porta-voz do Ministério, Eyad al-Bozom. A Faixa de Gaza está sem água potável há cinco dias.
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O Estados Unidos da América, pelo seu lado, estão a retirar os cidadãos norte-americanos de Gaza através do porto de Haifa. De acordo com o jornal israelita Haaretz, o embarque do navio, com destino para o Chipre, já começou.
Esta manhã, o Ministério da Saúde palestiniano atualizou o número de mortos na Faixa de Gaza. Pelo menos 2.750 palestinianos morreram nos bombardeamentos israelitas, enquanto mais de 9.700 pessoas terão ficado feridas. Mais de mil pessoas estarão debaixo de escombros dos edifícios.
Israel, por sua vez, contabiliza 199 reféns do Hamas na Faixa de Gaza. O porta-voz do Exército israelista disse à Al-Jazeera que “não vai levar a cabo ataques que ponham em risco os reféns”.
De acordo com a Reuters, o Conselho de Segurança das Nações Unidas vai votar, ao final do dia, duas resoluções opostas sobre a situação em Israel e na Faixa de Gaza.