16 out, 2023 - 22:31 • Lusa
A missão russa junto das Nações Unidas (ONU) afirmou hoje que o projeto de resolução do Conselho de Segurança que apresentou e será hoje votado, sem condenar explicitamente o Hamas pelo ataque a civis israelitas, evita "dividir" a comunidade internacional.
Numa publicação da rede social X (antigo Twitter), Dmitry Polyanskiy, vice-embaixador da Rússia na ONU, defendeu que o projeto de resolução russo "não contém elementos políticos que possam dividir" os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança e "afetar o seu papel na resolução da crise" no Médio Oriente.
O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se hoje às 23h00 (hora de Portugal continental) para decidir sobre o conflito entre Israel e o Hamas e discutir dois projetos de resolução concorrentes: um da autoria da Rússia e outro do Brasil.
Na sexta-feira, a Rússia distribuiu aos Estados-membros do Conselho um projeto de resolução que apela a um "cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e totalmente respeitado", enquanto o Brasil, que preside este mês o Conselho, também apresentará um texto que condena "os odiosos ataques terroristas do Hamas", de acordo com fontes diplomáticas.
O texto proposto por Moscovo "condena veementemente toda a violência e hostilidades contra civis e todos os atos de terrorismo".
Contudo, pelo menos na versão que circulou até domingo, o projeto de resolução não designava o Hamas, enquanto os Estados Unidos insistem em que o Conselho de Segurança condene claramente os "hediondos atos terroristas" do movimento islamita palestiniano que lançou um ataque em 07 de outubro numa escala sem precedentes contra Israel.
Na publicação feita hoje nas redes sociais, Dmitry Polyanskiy apontou que, a fim de equilibrar o seu projeto de resolução, a missão russa propôs "duas alterações que condenam os ataques indiscriminados contra a Faixa de Gaza e apelam a um cessar-fogo humanitário para aliviar a terrível situação da população civil em Gaza".
Não ficou claro se essas alterações mencionam claramente o Hamas.
Para ser adotada, uma resolução exige a aprovação de pelo menos nove dos 15 membros do Conselho, sem qualquer veto de um dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China).