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Colômbia exorta embaixador de Israel a abandonar o país

17 out, 2023 - 00:52 • Lusa

No domingo, Israel, um dos principais fornecedores de armas ao exército colombiano, anunciou que estava a "suspender as suas exportações de segurança" para o país sul-americano, na sequência das declarações do presidente Gustavo Petro.

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A Colômbia pediu esta segunda-feira ao embaixador de Israel no país que "peça desculpa e se vá embora", na sequência de tensas trocas de palavras com a diplomacia israelita, no contexto do conflito com o movimento islamita Hamas.

Na sua conta X (antigo Twitter), o ministro dos Negócios Estrangeiros, Alvaro Leyva, exortou o embaixador Gali Dagan a "pedir desculpa e a ir-se embora", descrevendo os seus comentários ao presidente de esquerda como uma "grosseria sem sentido".

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou numerosas mensagens nas redes sociais desde os ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro, comparando as represálias de Israel contra Gaza à perseguição dos judeus pelos nazis.

Estas publicações deram origem a trocas de palavras amargas nas redes sociais com o embaixador israelita.

Depois de o Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, ter anunciado um "cerco total" a Gaza e ter afirmado que estava a combater "animais", Gustavo Petro escreveu: "Foi o que os nazis disseram sobre os judeus. Os povos democráticos não podem permitir que o nazismo se restabeleça na política internacional".

"Os israelitas e os palestinianos são seres humanos à luz do direito internacional. Este discurso de ódio, se continuar, só poderá conduzir a um holocausto", acrescentou.

No domingo, Israel, um dos principais fornecedores de armas ao exército colombiano, anunciou que estava a "suspender as suas exportações de segurança" para o país sul-americano, na sequência das declarações do presidente Gustavo Petro.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Lior Haiat, afirmou no mesmo dia que a embaixadora da Colômbia em Israel, Margarita Manjarrez, tinha sido convocada na sequência das "declarações hostis e antissemitas" de Gustavo Petro, acusando-o de "manifestar apoio às atrocidades cometidas pelos terroristas do Hamas, alimentar o antissemitismo, afetar os representantes do Estado de Israel e ameaçar a paz da comunidade judaica na Colômbia".

Em resposta, Gustavo Petro afirmou que o seu país não apoia o "genocídio". "Se tivermos de suspender as nossas relações com Israel, suspendemo-las", acrescentou.

A Colômbia sempre manteve relações diplomáticas e militares estreitas com Israel e os Estados Unidos.

A Colômbia, envolvida num conflito de décadas com guerrilheiros de esquerda, paramilitares de direita e cartéis de droga, utiliza armas e aviões de fabrico israelita.

O embaixador israelita na Colômbia respondeu às numerosas mensagens do presidente Petro, afirmando, nomeadamente, que esperava que "um país amigo de Israel condenasse alto e bom som o ataque terrorista contra civis inocentes".

De seguida, "convidou" Gustavo Petro a visitar o museu Yad Vashem. "Podemos também fazer uma paragem na Polónia e visitar o campo de Auschwitz", acrescentou.

"Já estive no campo de concentração de Auschwitz e agora vejo que está a ser reproduzido em Gaza", respondeu Petro.

Israel está em guerra desde que, no dia 7 de outubro, o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra cidades israelitas próximas da fronteira com a faixa de Gaza, que o movimento islamita controla.

O ataque e os combates que se seguiram causaram a morte de mais de 1.400 israelitas, na sua maioria civis.

Israel comprometeu-se a destruir o Hamas e respondeu com uma intensa campanha de bombardeamento em Gaza, que matou cerca de 2.750 pessoas, segundo as autoridades locais, e impôs um cerco total ao território de Gaza, com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

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