17 out, 2023 - 22:05 • João Pedro Quesado
O exército israelita disse que um "disparo falhado" de mísseis pela Jihad Islâmica, um grupo aliado do Hamas, é o culpado pela explosão num hospital em Gaza esta terça-feira. Pelo menos 500 pessoas morreram na explosão, segundo o Ministério da Saúde local.
Mais de duas horas depois dos primeiros relatos de uma explosão, as forças armadas de Israel determinaram que "um ataque de rajadas de mísseis inimigos em direção a Israel passou nas imediações do hospital quando foi atingido".
"De acordo com informações de inteligência, provenientes de várias fontes que possuímos, a organização terrorista Jihad Islâmica é responsável pelo disparo falhado que atingiu o hospital", concluiu a IDF.
Segundo a Reuters, o grupo negou a autoria do bombardeamento ao Hospital al-Ahli Arab Baptist - uma das instituições cristãs de Gaza.
A Jihad Islâmica da Palestina é o segundo maior grupo armado presente na Faixa de Gaza. Apesar de serem grupos independentes, a Jihad Islâmica e o Hamas agem muitas vezes de forma coordenada. Contudo, a Jihad Islâmica age frequentemente de forma independente.
Num primeiro momento, o exército israelita tinha apenas declarado que estava a investigar as alegações das autoridades de Gaza e que os hospitais não são alvos militares de Israel. "Pedimos a todos cuidado com alegações não verificadas de uma organização terrorista", disse inicialmente a IDF.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Hospital al-Ahli Arab Baptist, onde aconteceu a explosão, "estava operacional" e albergava pessoas "internamente deslocadas". Localizado na cidade de Gaza, este hospital está na parte norte do enclave, onde há ordens de evacuação emitidas por Israel.
Caso o número de vítimas se confirme, este bombardeamento passará a ser o mais mortífero nas cinco guerras travadas na Faixa de Gaza desde 2008.
A região, com 2,3 milhões de habitantes, está cercada por Israel, que tem em preparação uma possível ofensiva terrestre para tentar derrotar o Hamas. Israel mantém o enclave palestiniano sob bloqueio económico desde 2007, ano em que o Hamas assumiu o controlo do território.