20 out, 2023 - 06:15 • Redação com agências
O presidente americano discursou, esta quinta-feira (madrugada em Lisboa), na Sala Oval, da Casa Branca Joe Biden vai pedir, esta sexta-feira, cerca de 100 mil milhões de euros para reforçar a defesa de Israel e da Ucrânia.
"As decisões que tomarmos hoje vão determinar o futuro nas próximas décadas", começou por dizer Joe Biden, dirigindo-se aos norte-americanos.
Num discurso que durou cerca de 15 minutos, o presidente americano condenou os ataques à democracia e à dignidade dos cidadãos nos conflitos no Médio Oriente e também na Ucrânia.
Biden diz que Estados Unidos estão a apoiar os palestinianos - "As ações terroristas do Hamas não lhes retiram esses direitos. Como tantos outros, estou chocado com a perda de vidas palestinas, incluindo as da explosão do hospital em Gaza, algo que não foi obra dos israelitas. Choramos cada vida inocente perdida. Não podemos ignorar os palestinianos que apenas querem viver em paz e ter uma oportunidade.”
De acordo com o presidente dos Estados Unidos, foram "massacradas em Israel" mais de 1300 pessoas, incluindo 32 cidadãos norte-americanos, além das dezenas de inocentes que foram "feitos reféns".
"Lamentamos a perda dessas vidas. Lamentamos e estamos do lado dos palestinianos que só querem viver em paz", disse.
Lamentando ainda também as vítimas palestinianas, Joe Biden mencionou o ataque ao hospital em Gaza, que terá feito entre dezenas a centenas de mortos, e sublinhou que "não foi levado a cabo por Israel".
"O ataque a Israel vem na sequência de quase 20 meses de guerra contra o povo ucraniano, desde que Putin lançou a sua invasão", continuou o presidente, voltando a lembrar também "os sinais de tortura", as "crianças levadas à força pelos russos" ou as valas comuns.
O presidente norte-americano disse ainda que o mundo não pode desistir de uma solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina, argumentando que os dois povos merecem "viver em segurança".
"Por mais difícil que seja, não podemos desistir da paz. Não podemos desistir da solução de dois Estados", disse Joe Biden. "Israel e os palestinianos merecem igualmente viver em segurança, dignidade e paz", frisou.
Ao longo do discurso, Joe Biden fez comparações entre Israel e a Ucrânia, o Hamas e Putin. Para o presidente, Hamas e Putin tê um objetivo em comum –“ Quando os ditadores não pagam pelos seus atos, causam mais caos, mais mortes e mais destruição. Eles continuam a fazer o mesmo… e os custos e a ameaça contra a América e o resto do mundo continua a crescer. Por isso, se não pararmos o apetite de Putin pelo poder e controlo da Ucrânia, ele não se vai querer limitar à Ucrânia.”
O pedido de financiamento, que deverá ser formalmente revelado esta sexta-feira, deverá rondar os 100 mil milhões de dólares (94,7 mil milhões de euros) durante o próximo ano, de acordo com fontes diretamente ligadas à proposta, que pediram o anonimato.
Na Sala Oval, da Casa Branca, Joe Biden discursou na véspera da cimeira União Europeia-Estados Unidos em Washington. Além do presidente americano a cimeira junta hoje os líderes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia. Os líderes irão discutir sobre a atual situação no Médio Oriente e também o apoio à Ucrânia.
Esta é a segunda cimeira que reúne os três presidentes atualmente em funções - Joe Biden (EUA), Charles Michel (Conselho Europeu) e Ursula von der Leyen (Comissão Europeia).