24 out, 2023 - 20:22 • Diogo Camilo
O Partido Socialista espanhol (PSOE) chegou a acordo com a plataforma de esquerda Somar para um novo governo de coligação para os quatro anos em Espanha, assente numa proposta que reduz as horas de trabalho semanal de 40 para 37,5 horas até 2025 sem alteração de salários.
Depois de semanas de negociações e após o chumbo da investidura do líder do PP, o primeiro-ministro em funções, Pedro Sánchez, anunciou ao lado de Yolanda Díaz um “acordo programático para a formação de um novo Governo de coligação progressista em Espanha”, com mais de 200 medidas.
Uma delas é a redução da semana de trabalho para 37,5 horas, em relação às atuais 40, sem mudança de salários, com o salário mínimo a subir 90 euros, de 1.080 € para 1.170€ em 2024.
Além da redução da carga laboral, que será feita de forma gradual- 38,5 horas semanais em 2024 e depois 37,5 em 2025 -, a proposta inclui também o aumento das baixas por maternidade e paternidade, que está atualmente nas 16 semanas, e um imposto extraordinário para bancos e grandes empresas de energia.
O aumento do parque público de habitação até ser 20% do total de casas em Espanha, "rever em alta" os objetivos da Lei das Alterações Climáticas e a universalização da educação até aos três anos de idade são outras das medidas que integram o acordo do PSOE e do Somar.
PSOE e Somar não têm maioria de deputados no parlamento espanhol, pelo que para o Governo tomar posse terá de ser viabilizado por outros partidos nacionalistas e independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco, com quem continuam a negociar, sem haver ainda acordo.
Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.
O PSOE foi o segundo partido mais votado nas eleições de 23 de julho e Sánchez tem negociado com os nacionalistas e independentistas bascos, galegos e catalães uma geringonça para a viabilização de um novo governo de esquerda no parlamento.
O Partido Popular (PP, direita) foi o mais votado em 23 de julho, mas não conseguiu maioria absoluta e o parlamento espanhol rejeitou no final de setembro a candidatura a primeiro-ministro do presidente dos populares, Alberto Núñez Feijóo.
Com Lusa