25 out, 2023 - 17:44 • Lusa
O secretário de Estado britânico para a Imigração, Robert Jenrick, defendeu esta quarta-feira que o secretário-geral da ONU, António Guterres, deve retratar-se dos comentários que fez sobre os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas a Israel.
"Penso que [Guterres] está errado porque deu a entender que havia uma justificação para o que aconteceu em Israel há duas semanas", afirmou o governante, em declarações à estação de televisão ITV.
Jenrick entende que não existe justificação possível para os ataques do Hamas em Israel, frisando: "Ninguém, deliberadamente ou de outra forma, deveria insinuar que havia algo que justificasse o sucedido."
"Portanto, nesse sentido, penso que ele [Guterres] estava errado. Espero que não tenha sido isso que ele quis dizer. Mas se foi, deve retirar o que disse", acrescentou.
O secretário de Estado recusou dizer se o Governo britânico apoia Israel no pedido de demissão de Guterres.
"É muito importante que todos nós nos unamos e condenemos o Hamas e não demos qualquer sugestão de que eles tinham boas razões para atuar desta forma", vincou.
O embaixador israelita junto das Nações Unidas (ONU), Gilad Erdan, pediu na terça-feira ao secretário-geral da organização, António Guterres, que se demita "imediatamente" após este ter dito que os ataques do grupo islamita Hamas "não aconteceram do nada".
"O secretário-geral da ONU, que demonstra compreensão pela campanha de assassínio em massa de crianças, mulheres e idosos, não está apto para liderar a ONU. Peço-lhe que renuncie imediatamente", escreveu o diplomata na rede social X (antigo Twitter).
"Não há qualquer justificação ou sentido em falar com aqueles que demonstram compaixão pelas mais terríveis atrocidades cometidas contra os cidadãos de Israel e o povo judeu. Simplesmente não há palavras", acrescentou.
Momentos antes, na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU dedicada à atual situação no Médio Oriente, Guterres condenou inequivocamente os "atos de terror" e "sem precedentes" de 07 de outubro perpetrados pelo grupo islamita Hamas em Israel, salientando que "nada pode justificar o assassínio, o ataque e o rapto deliberados de civis".
Mas, na mesma intervenção, admitiu ser "importante reconhecer" que os ataques do grupo islamita "não aconteceram do nada", frisando que o povo palestiniano "foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante".