26 out, 2023 - 16:15 • Pedro Mesquita com Lusa
António Costa considera que o mais importante é que a ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza, apesar da indefinição sobre o modelo. À entrada do Conselho Europeu, o primeiro-ministro português ressalvou que a União Europeia reconhece o direito de Israel se defender.
Em Bruxelas, o líder do executivo declarou que "o que é essencial é que se criem condições para que a ajuda humanitária possa existir", sem se ficar preso "à terminologia".
O chefe de Governo sublinhou que a União Europeia "reconhece obviamente, o direito de Israel responder militarmente de forma a destruir a capacidade ofensiva do Hamas, isso é evidente".
No entanto, segundo António Costa, "nós não podemos confundir o Hamas com o povo palestiniano, nem com o conjunto das pessoas que vivem em Gaza, e não podemos numa operação militar contra o Hamas causar danos colaterais de uma que seria uma tragédia humanitária junto de toda a população da Faixa de Gaza".
"É preciso criar condições porque não pode haver, obviamente, ajuda humanitária sob um bombardeamento", declarou o primeiro-ministro.
Para António Costa, "é necessário que, seja cessar-fogo, seja essa nova forma da pausa humanitária, criar condições para que o apoio humanitário possa ser efetivo e não fique travado por via das ações militares estão em curso".
Um dos objetivos da cimeira do Conselho Europeu é alcançar uma posição comum entre os 27 chefes de Governo e de Estado da UE para assegurar apoio humanitário à Faixa de Gaza, razão pela qual o mais recente rascunho das conclusões, segundo a agência Lusa, refere que "o acesso e a ajuda humanitária devem processar-se de forma rápida, segura e sem entraves, através de todas as medidas necessárias, incluindo corredores e pausas humanitárias".
Esta formulação "pausas humanitárias" surge depois de a versão anterior do projeto de conclusões conter a expressão no singular, sem nunca ter estado previsto um apelo a "cessar-fogo".
O apelo para uma pausa humanitária em Gaza reúne consenso entre os Estados-membros, mas Portugal, por exemplo, já veio admitir que preferia uma posição da UE a defender um cessar-fogo humanitário, não aceite por países como a Alemanha.