28 out, 2023 - 20:20 • Catarina Santos , enviada especial da Renascença ao Médio Oriente
Depois de "uma noite de pesadelos sem respostas", enquanto viam a operação terrestre israelita atingir novas proporções em Gaza, representantes das famílias dos reféns que continuam nas mãos do Hamas exigiram uma reunião com o primeiro-ministro e o ministro da Defesa israelitas. Num comunicado divulgado esta tarde, ameaçavam plantar-se em frente do Ministério da Defesa, em Telavive, se não fossem recebidos de imediato.
Dizendo-se “cansados de slogans”, exigiam que Nenjamin Netanyahu e Yoav Gallant os “olhasse nos olhos” e respondesse sem rodeios: “A escalada de atividade militar em Gaza coloca em perigo os 229 reféns?”
“Queremos todos os reféns de volta a casa. Todos os reféns. Não um de cada vez, mas todos os reféns, seja qual for a negociação que vai ser feita com o inimigo", sintetizou, à saída desse encontro, Malki Shem-Tov — pai de Omer Shem-Tov, de 21 anos, que estava no festival de música Supernova atacado pelo Hamas a 7 de outubro.
Troca por prisioneiros palestinianos seria "apoiada por Israel inteiro"
"Não queremos saber o que darão para que isso aconteça," acrescentou, frente a uma multidão que gritava “tragam-nos todos de volta agora”. De cada vez que os representantes das famílias referiam o nome de Benjamin Netanyahu, ouviam-se apupos e assobios. Centenas de pessoas cortaram a rua onde fica a base principal das Forças de Defasa Israelitas.
"Uma troca imediata de todos por todos é um acordo que as familias considerariam e que reúne apoio de Israel inteiro", defendeu Meirav Leshem Gonen — cuja filha Romi Gonen, de 23 anos, também foi raptada no festival de música — sugerindo que se avançasse com a libertação de prisioneiros palestinianos.
““Isto é muito duro para nós. Passaram três semanas desde que soubemos dos nossos entes queridos. Todos ouvimos falar dos tanques a entrar [em Gaza] e estamos todos preocupados”, sublinhou.
O primeiro-ministro garantiu às famílias que serão “esgotadas todas as opções para trazer os reféns de volta”, assegurando que este era um dos principais objetivos da operação agora em curso na Faixa de Gaza.