29 out, 2023 - 11:12 • Lusa
O Presidente iraniano, Ebrahim Raissi, considerou este domingo que Israel ultrapassou "as linhas vermelhas" ao intensificar a sua ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, o que poderá levar outras partes a "tomar medidas".
"Os crimes do regime sionista ultrapassaram as linhas vermelhas, o que pode levar todos os outros a agir", advertiu o Presidente Raissi numa mensagem publicada no X (antigo Twitter).
"Washington pediu-nos para não fazermos nada, mas continua a dar um amplo apoio a Israel", acrescentou.
Numa entrevista ao canal Al Jazeera, Raissi afirmou que o Irão considera ser seu dever apoiar o "eixo da resistência", que inclui grupos armados como o Hamas e o Hezbollah no Líbano.
"Mas os grupos de resistência são independentes nas suas opiniões, decisões e ações", acrescentou.
Washington responsabilizou o Irão por alguns dos ataques contra as tropas americanas na Síria e no Iraque nos últimos dias, que feriram cerca de vinte soldados americanos.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, enviou "uma mensagem direta" ao líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, avisando-o contra novos ataques destes grupos.
"Os Estados Unidos conhecem muito bem as nossas capacidades militares" e "sabem que são impossíveis de derrotar", avisou Raissi, na entrevista ao canal do Qatar.
O Irão é um firme apoiante do Hamas, que está em guerra com Israel desde 07 de outubro, data em que o movimento islamita lançou um ataque surpresa contra o sul do estado hebraico com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que fizeram 1.400 mortos e 230 reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel tem vindo a efetuar bombardeamentos incessantes na Faixa de Gaza, que intensificou recentemente.
O Irão saudou o ataque do Hamas de 07 de outubro como "um sucesso", mas negou ter tido qualquer envolvimento.
O Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007, afirma que mais de 8.000 palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos pelos bombardeamentos israelitas.
Para Raissi, "os países que não apoiam os palestinianos devem explicar por que razão não defendem aqueles que estão a ser mortos a defender legitimamente o seu país e a sua terra".