29 out, 2023 - 13:56 • Joana Azevedo Viana com agências
O Presidente norte-americano, Joe Biden, vai falar com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, este domingo, entre outros motivos para lhe pedir que controle os colonos israelitas que têm levado a cabo inúmeros ataques contra civis palestinianos na Cisjordânia.
Em declarações aos jornalistas, citadas pelo diário Haaretz, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, explicou que têm estado em marcha negociações quer quanto aos cerca de 200 reféns que o Hamas mantém na Faixa de Gaza, quer quanto à abertura da passagem de Rafah, entre Gaza e o Egito, para permitir a saída de cidadãos estrangeiros do enclave.
A essas preocupações junta-se agora a questão da violência de colonos na Cisjordânia, adiantou Sullivan.
"Netanyahu tem a responsabilidade de controlar os colonos", disse em conferência de imprensa. "Este é um desafio em curso, esperamos ver o Governo israelita agir sobre isto nos próximos tempos. Esperamos que haja responsabilização dos colonos extremistas envolvidos neste tipo de violência."
Sullivan garante que os EUA "não apoiam a matança de pessoas inocentes, palestinianas, israelitas ou outras" e que um dos objetivos do Presidente Biden é deixar clara a importância de se retomarem as negociações sobre a solução de dois Estados no Médio Oriente: Israel e Palestina.
"Falamos de forma cândida e direta, partilhamos as nossas visões de uma forma simples e vamos continuar a fazê-lo", garantiu o conselheiro de Biden sobre os contactos mantidos com Israel nas últimas três semanas.
Sobre a chamada que hoje deverá ter lugar entre Biden e Netanyahu, Sullivan acrescentou: "Digo apenas que os EUA vão deixar os seus princípios e propostas absolutamente claros, incluindo a inviolabilidade de vidas humanas inocentes."
Após o ataque de 7 de outubro do Hamas ao sul de Israel, que fez mais de 1.400 mortos, cerca de 5 mil feridos e mais de 220 reféns, os intensos bombardeamentos da retaliação israelita sobre a Faixa de Gaza fizeram, desde então, pelo menos 8.005 mortos, incluindo mais de 3.400 crianças, e cerca de 19 mil feridos no enclave palestiniano.
Israel tem também em curso batalhas na fronteira com o Líbano contra o grupo islamita Hezbollah.