29 out, 2023 - 18:20 • Diogo Camilo
O Tribunal Penal Internacional está a investigar possíveis crimes de guerra cometidos em Israel no dia 7 de outubro e em Gaza e na Cisjordânia nos últimos dias.
A revelação foi feita pelo procurador do tribunal em Haia, Karim Khan, que está este domingo de visita ao Terminal de Rafah, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.
"Estes são dias trágicos. Venho do terminal de Rafah e do outro lado vemos Gaza, ou pelo menos vemos destroços daquilo que era Gaza", começa por dizer num vídeo publicado nas redes sociais, indicando que espera visitar o território e Israel nos próximos dias.
O procurador avança depois que existem investigações a acontecerem acerca do ataque do Hamas em Israel cometido a 7 de outubro, no qual morreram mais de 1.400 pessoas e pelo menos 200 ficaram desaparecidas.
“Temos investigações ativas em relação aos crimes alegadamente cometidos em Israel no dia 7 de outubro e também no que diz respeito a Gaza e à Cisjordânia ocorridos desde 2014”, afirmou Karim Khan.
“Estamos a olhar de maneira independente para o que está a acontecer em Israel e em Gaza. Mas vamos ter a determinação, a resistência e o profissionalismo para separar alegações de factos”, disse, indicando que não deve existir nenhum impedimento de assistência humanitária a crianças, mulheres e homens civis em Gaza.
“Eles estão inocentes, têm direitos segundo as leis humanitárias internacionais. Este deve ser o momento em que mostramos a nossa humanidade. Judeu, muçulmano, cristão, ateu, encontrem os pontos em comum para pensarem nas crianças, nos civis. Eles fazem parte de nós. Nós fazemos parte deles”, termina.
Em conferência de imprensa realizada horas depois, o procurador avançou que o impedimento de ajuda humanitária também constitui um crime de guerra, segundo a jurisdição do Tribunal Penal Internacional.
Karim Khan indicou também que Israel tem de fazer “esforços visíveis” para assegurar que civis têm acesso a comida e medicamentos.
O tribunal tem vindo a investigar territórios palestinos ocupados desde 2021, olhando para possíveis crimes de guerra e contra a humanidade cometidos na região.