30 out, 2023 - 09:38 • Lusa
O Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, defendeu no domingo à noite que os palestinianos não são terroristas e recordou que os argelinos foram assim rotulados durante a guerra de independência contra a colonização francesa.
"Os palestinianos não são terroristas, nunca o foram", disse Tebboune em Djelfa, citado pela agência espanhola EFE, sobre a guerra em curso entre israelitas e o grupo islamita Hamas, que Israel e outros países qualificam como terrorista.
Tebboune considerou que os palestinianos "defendem os seus direitos, a sua independência e a sua pátria", tal como fizeram os argelinos na guerra da independência entre 1954 e 1962.
"Os franceses consideravam os revolucionários do Exército de Libertação da Argélia terroristas, mas nós defendíamos a nossa terra", afirmou.
O dirigente argelino qualificou ainda os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza como "um crime de guerra" e responsabilizou Israel pelo novo conflito.
A guerra atual seguiu-se numa incursão sem precedentes do grupo islamita Hamas em Israel no dia sete de outubro, em que as autoridades israelitas dizem ter provocado mais de 1.400 mortos.
Procurador Karim Khan está no terminal de Rafah, e(...)
O Hamas também raptou mais de duas centenas de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza, um território com 2,3 milhões de habitantes que o grupo islamita controla desde 2007.
Israel tem bombardeado incessantemente a Faixa de Gaza desde então, com algumas incursões terrestres no norte do território, numa ofensiva que o Hamas diz ter provocado mais de oito mil mortos.
A comunidade internacional tem apelado para uma trégua que permita prestar ajuda humanitária à população civil de Gaza.
Argel defendeu a criação de dois Estados com as fronteiras de 1967, em conformidade com a legitimidade internacional e a Iniciativa Árabe de Paz.
A Argélia apelou também para o reconhecimento de um Estado palestiniano para alcançar "uma paz justa e global".
As fações palestinianas, lideradas pelo partido nacionalista Fatah e pelo Hamas, assinaram um acordo de reconciliação em Argel, há um ano, para pôr fim a 15 anos de divisão, após meses de negociações patrocinadas pelo Presidente argelino.