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Guerra Israel-Hamas

Nações Unidas. 3.200 crianças mortas em três semanas "não pode ser um dano colateral"

31 out, 2023 - 10:59 • André Rodrigues

Responsável pela agência das Nações Unidas para o apoio aos refugiados palestinianos alerta que o sistema de apoio humanitário à Faixa de Gaza pode estar "condenado ao fracasso", a menos que haja vontade política para fazer entrar a ajuda humanitária necessária à sobrevivência de mais de dois milhões de pessoas que enfrentam uma dramática situação humanitária.

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As Nações Unidas avisam que as mortes de civis, após três semanas de guerra entre Israel e o Hamas não podem ser olhadas como um mero dano colateral.

O alerta foi feito nas últimas horas pelo diretor da Agência das Nações Unidas para o apoio aos refugiados palestinianos.

Durante uma reunião do Conselho de Segurança, onde participou por videoconferência, Phillipe Lazzarini revelou que "quase 70% das mortes de civis, reportadas nas últimas três semanas, são de mulheres e de crianças".

No caso particular das vítimas menores de idade, Phillipe Lazzarini acrescenta ao cenário as quase 3.200 crianças mortas contabilizadas pela organização Save the Children.

“Isto deverá ultrapassar o número de crianças mortas anualmente nas zonas de conflito em todo o mundo, desde 2019. Não pode ser um dano colateral”, avisa o responsável.

Apoio humanitário "condenado ao fracasso"

Por outro lado, este responsável avisa que o sistema de ajuda humanitária à Faixa de Gaza poderá estar “condenado ao fracasso”, alerta o diretor da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos.

Com os corredores humanitários limitados a pouco mais de uma dezena de camiões diários, com alimentação, medicamentos e utensílios médicos, Phillipe Lazzarini refere que isso “não é nada, comparado com as necessidades de mais de 2 milhões de pessoas retidas em Gaza”.

Numa intervenção por videoconferência na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, este responsável apelou à “vontade política, para tornar o fluxo de abastecimento mais significativo, correspondendo às necessidades humanitárias sem precedentes”.

Caso contrário, Lazzarini antecipa que “o sistema em vigor para permitir a entrada de ajuda em Gaza está condenado ao fracasso”.

Gaza debaixo de fogo “em todas as frentes”

Enquanto isso, do lado israelita, as sirenes de ataque com rockets voltaram a soar na manhã deste terça-feira.

As forças armadas de Israel aconselham as populações a permanecerem nos abrigos.

Na resposta, Israel garante que está a atacar a Faixa de Gaza em todas as frentes, visando, sobretudo, o norte do território onde se acredita que estará concentrada a maior parte das figuras relevantes da cadeia de comando do Hamas.

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