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Agência noticiosa AFP exige inquérito à responsabilidade de exército em ataque ao escritório em Gaza

04 nov, 2023 - 19:24 • Lusa

A agência France-Presse (AFP) pediu a Israel "uma investigação completa e transparente sobre a responsabilidade exata do seu exército", após o ataque que danificou gravemente o seu escritório na Cidade de Gaza na quinta-feira

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A agência de notícias francesa “tomou nota das últimas declarações de um porta-voz do exército israelita referindo-se a ‘um ataque das Forças de Defesa Israelitas perto [do escritório da AFP] que poderia ter causado destroços'”, lê-se num comunicado divulgado hoje.

No entanto, “estas declarações por si só não permitem nesta fase explicar a extensão dos danos causados ao escritório da AFP”, localizado no topo de um edifício de 11 andares, afirmou a agência.

“Um ataque contra o escritório de uma agência de notícias internacional envia uma mensagem preocupante a todos os jornalistas que trabalham em condições tão difíceis como as que prevalecem hoje em Gaza”, disse o presidente da AFP, Fabrice Fries, citado no comunicado.

“É essencial que sejam feitos todos os esforços para proteger os meios de comunicação em Gaza”, acrescentou.

Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, que fez uma queixa junto do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra cometidos contra jornalistas palestinianos em Gaza, mais de 30 repórteres foram mortos ali desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.

A AFP, um dos poucos meios de comunicação internacionais a ter um escritório em Gaza, emprega um total de nove pessoas ali e “redobra os seus esforços para permitir a retirada dos seus funcionários e membros das suas famílias que desejam deixar o território”.

Em 07 de outubro, o Hamas – classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.

Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.

De acordo com o ministério da Saúde do Hamas, o conflito provocou pelo menos 9.250 mortos na Faixa de Gaza.

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