06 nov, 2023 - 22:20 • Lusa
Mais de 400 estrangeiros e palestinianos com dupla nacionalidade deixaram Gaza em direção ao Egito, após a reabertura da passagem de Rafah, que esteve encerrada devido a um bombardeamento israelita, de acordo com várias fontes.
Fontes humanitárias afirmaram que os retirados tinham passaportes dos Estados Unidos da América, Reino Unido, França, Alemanha e Egito.
Vinte ambulâncias entraram hoje em Gaza a partir do Egito, bem como 75 camiões de ajuda humanitária, segundo uma fonte no posto fronteiriço.
A passagem de Rafah foi reaberta após ter sido encerrada no domingo na sequência de um bombardeamento israelita contra várias ambulâncias no enclave palestiniano.
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Centenas de palestinianos com passaportes estrangeiros, cidadãos estrangeiros e funcionários de organizações não-governamentais deixaram a Faixa de Gaza através da única passagem aberta.
"O meu sonho é regressar viva com os meus filhos, não entendo porque é que um país não quer receber os seus cidadãos e recebe estrangeiros de muitas nacionalidades", disse Lamiah Mohamed, uma mãe egípcia que espera há três dias no lado palestiniano de Rafah para ser retirada.
De acordo com o seu relato, os nomes dos seus três filhos - com idades entre os 5 e os 17 anos -- estavam hoje na lista de retirados, mas não o seu, pelo que as autoridades palestinianas se recusaram a permitir que Lamiah atravessasse para o Egito, uma situação que, segundo a mesma, é muito comum entre os cidadãos egípcios.
Segundo testemunhas e meios de comunicação social, mais de mil pessoas atravessaram a passagem desde que foi aberta na semana passada, graças a um acordo entre o Egito e Israel, alcançado com a mediação do Qatar e dos Estados Unidos.
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Segundo o Egito, o número total de palestinianos com passaportes estrangeiros e cidadãos de outros países que chegam ao Egito através da passagem é de cerca de 7.000 pessoas de 60 nacionalidades.
A 7 de outubro, o Hamas - classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que cumpre hoje o 31º dia e que continua a ameaçar alastrar-se a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 10.000 mortos, anunciou o Ministério da Saúde palestiniano, controlado pelo movimento islamita Hamas.