10 nov, 2023 - 17:06 • Lusa
A Amnistia Internacional recolheu mais de um milhão de assinaturas numa petição para exigir um cessar-fogo imediato para pôr fim à escalada das hostilidades entre Gaza e Israel desde 7 de outubro.
"O mundo observa com horror à medida que mais e mais civis perdem as suas vidas todos os dias no meio dos incansáveis bombardeamentos e operações terrestres de Israel, e do desenrolar de uma catástrofe humanitária sem precedentes provocada pelo homem na Faixa de Gaza ocupada", disse em comunicado a Diretora Sénior de Investigação, Advocacia, Política e Campanhas da Amnistia Internacional, Erika Guevara-Rosas.
"Mais de 10.800 palestinianos foram mortos em Gaza, incluindo pelo menos 4.200 crianças, nas últimas quatro semanas. Em Israel, pelo menos 1.400 pessoas foram mortas e mais de 200 foram feitas reféns, incluindo 33 crianças, pelo Hamas e outros grupos armados, no dia 07 de outubro", afirmou.
Com os ataques e as ordens do exército israelita para que os habitantes de Gaza se deslocassem para o sul, pelo menos 1,5 milhões de pessoas foram deslocadas à força das suas casas e dois milhões de pessoas ficaram sem acesso a água potável, alimentos, suprimentos médicos e combustível com o bloqueio ilegal de Israel, segundo a especialista.
Acusou Israel de "desumanizar os palestinianos na sua retórica enquanto as forças israelitas bombardeiam campos de refugiados densamente povoados, hospitais, escolas geridas pela ONU, padarias, mesquitas e igrejas, estradas e casas de civis, destruindo famílias inteiras".
"Os reféns civis detidos pelo Hamas e outros grupos armados em Gaza continuam em perigo, e os contínuos disparos indiscriminados de foguetes contra Israel colocam os civis em risco", notou também.
Para Guevara-Rosas, "a única forma de evitar novas perdas de vidas civis e permitir que a ajuda chegue às pessoas que necessitam desesperadamente em Gaza é os Estados agirem agora para exigirem um cessar-fogo imediato por parte de todas as partes no conflito na Faixa de Gaza ocupada".
Com o cessar-fogo haverá "oportunidades para garantir a libertação de reféns e para a realização de investigações internacionais independentes sobre os crimes de guerra cometidos por todas as partes para resolver a impunidade de longa data", declarou a especialista.
A Amnistia Internacional documentou evidências de violações do direito internacional, incluindo crimes de guerra, por todas as partes no conflito israelo-palestiniano.
Israel respondeu aos ataques do movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, e de outros grupos armados em 07 de outubro, com uma campanha de bombardeamentos em Gaza, incluindo ataques ilegais e indiscriminados, e intensificou o bloqueio ilegal de 16 anos a Gaza.