12 nov, 2023 - 10:18 • com Lusa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou este domingo que perdeu a comunicação com o Hospital Al-Shifa e diz que há relatos de algumas pessoas que fugiram do hospital foram baleadas, feridas e até mortas.
"À medida que continuam a surgir relatos horríveis de que o hospital está a ser alvo de repetidos ataques, assumimos que os nossos contactos se juntaram a dezenas de milhares de pessoas deslocadas que procuraram refúgio nos terrenos do hospital e estão a fugir da área", afirma a OMS em comunicado.
Entretanto, as autoridades palestinianas anunciaram o encerramento do hospital, na sequência do aumento dos ataques nas imediações e da falta de eletricidade, uma situação que impossibilitou as operações no maior complexo hospitalar de Gaza.
Um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza confirmou o encerramento e precisou que já não era viável prestar serviços médicos no centro, sobretudo após a morte de cinco doentes - dois dos quais bebés prematuros - na sequência dos apagões.
O responsável sublinhou ainda que mais de uma centena de corpos continuam no hospital sem possibilidade de serem enterrados.
Perante o agravar da situação, a OMS apela novamente "a um cessar-fogo imediato em Gaza como única forma de salvar vidas e reduzir os terríveis níveis de sofrimento" e lembra que "hospitais, pacientes, profissionais de saúde e pessoas abrigadas em instalações de saúde são protegidos pelas Convenções de Genebra e pelo Direito Internacional Humanitário".
Nas últimas 48 horas, o Hospital Al-Shifa - que é o maior complexo médico de Gaza - terá sido atacado várias vezes, deixando várias pessoas mortas e muitas outras feridas, segundo a OMS.
"A unidade de cuidados intensivos sofreu danos causados por bombardeamentos, enquanto áreas do hospital onde as pessoas deslocadas estavam abrigadas também foram danificadas", lamenta.
Foi aberto um corredor para evacuar o Hospital de Al-Shifa até à principal estrada de Gaza.
O anúncio foi feito pelo porta-voz árabe dos militares israelitas na rede social X, que indica que estão em contacto com a unidade hospitalar para permitir a saída de doentes.
A mensagem volta a apelar aos palestinianos para que se desloquem para o sul da Faixa de Gaza e confirma uma pausa temporária de quatro horas para este domingo.