15 nov, 2023 - 01:00 • Lusa
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou esta terça-feira uma prorrogação do orçamento federal, para evitar a paralisação do Governo até sexta-feira.
O projeto orçamental foi aprovado com 336 votos a favor e 95 contra, alcançando assim a maioria de dois terços necessária.
Para evitar a paralisação, o texto, apoiado pelos democratas e republicanos, deve agora ser aprovado no Senado, liderado pelos democratas.
Este plano foi apoiado pelo novo líder da câmara baixa do Congresso, o republicano Mike Johnson, forçado a alinhar-se aos democratas face à oposição da sua bancada.
Caso nada seja feito para prolongar o orçamento, o país irá desacelerar subitamente: 1,5 milhões de funcionários públicos ficarão privados de salários, o tráfego aéreo será interrompido, enquanto os visitantes dos parques nacionais terão as suas portas fechadas.
A maioria dos congressistas de ambos os partidos não pretendem esta situação, conhecida como 'shutdown', especialmente com a aproximação do feriado de Ação de Graças.
Esta será a segunda prorrogação do orçamento de 2023 depois da aprovada em 30 de setembro e que custou ao então presidente da Câmara, Kevin McCarthy, a destituição, promovida por um grupo dos seus próprios congressistas.
As divergências no Congresso, entre os republicanos na maioria na câmara baixa e os democratas no Senado (câmara alta) são tais, que os responsáveis eleitos não conseguem atualmente votar orçamentos de um ano, ao contrário do que faz a maioria das economias do mundo.
Em vez disso, os Estados Unidos têm de se contentar com uma série de mini-orçamentos de um ou dois meses.
Desta vez, o acordo em cima da mesa propõe a prorrogação do orçamento em dois prazos distintos: uma parte até meados de janeiro, outra até ao início de fevereiro.
Para manter o Governo federal a funcionar no novo ano, Johnson mostrou-se disposto a deixar para trás a ala mais conservadora dos republicanos e a trabalhar com os democratas -- o mesmo movimento que há apenas algumas semanas custou o cargo ao último líder da Câmara, o também republicano Kevin McCarthy.
Johnson parece estar no mesmo caminho que o antecessor, já que alguns republicanos mostraram sinais de revolta, mas retiveram ameaças de destituir o congressista do Louisiana, que lidera a Câmara há apenas três semanas.
"Ir além da paralisação e garantir que o Governo continue em operação é uma questão de consciência para todos nós. Devemos isso ao povo americano", frisou Johnson, em conferência de imprensa, antes da votação.
Sem apoio suficiente da sua maioria Republicana, Johnson não teve outra escolha senão contar com os democratas para tentar garantir a aprovação do seu plano e manter o Governo federal em funcionamento.