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Sánchez e Abbas defendem controlo de Gaza pela Autoridade Palestiniana

23 nov, 2023 - 20:42 • Lusa

Durante o debate de investidura, o chefe do Governo espanhol deixou claro que uma das suas prioridades nesta legislatura será o reconhecimento do Estado palestiniano.

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O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, defendeu esta quinta-feira em Ramallah perante o presidente da Autoridade Palestiniana (AP), Mahmud Abbas, que deveria ser esta entidade a assumir o controlo da Faixa de Gaza após o conflito entre Israel e o Hamas.

Sánchez, juntamente com o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, foram recebidos por Abbas na Mukata, sede da Presidência da AP, tendo o líder do Governo espanhol manifestado a mesma posição - bem como a existência de dois Estados como solução para a crise no Médio Oriente -, nas reuniões que manteve com Presidente israelita, Isaac Herzog, e com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

O Governo espanhol entende que a AP é o único interlocutor legítimo do lado palestiniano e está empenhado em reforçar esse papel, em contraste com o grupo islamita Hamas, cujos membros, Sánchez defendeu, após visitar um 'kibutz' atacado em 07 de outubro no sul de Israel, devem "prestar contas" e serem responsabilizados pelos atos sangrentos perpetrados naquele dia.

Por sua vez, o presidente da AP já manifestou que estaria disposto a assumir aquela responsabilidade, mas com certas condições prévias.

A Abbas, à frente da AP desde 2005, o presidente do Governo espanhol reiterou o compromisso de Madrid com a solução de dois Estados, que Sánchez entende ser a melhor forma de alcançar a paz e de garantir a segurança de Israel.

Tanto perante o presidente palestiniano como dos seus interlocutores israelitas, Sánchez defendeu que a Palestina deve ser um "Estado viável".

Durante o debate de investidura, o chefe do Governo espanhol deixou claro que uma das suas prioridades nesta legislatura será o reconhecimento do Estado palestiniano.

Sánchez quer dar esse passo, como exigiu o Congresso em 2014, mas não quer que seja um mero gesto declarativo, antes uma ação coordenada com outros parceiros europeus, com o objetivo de que possa contribuir para a paz na região.

Abbas, com quem Sánchez já teve oportunidade de se reunir no dia 22 de outubro durante uma conferência organizada pelo Presidente egípcio no Cairo, agradeceu ao líder espanhol a sua disponibilidade para trabalhar pelo reconhecimento da Palestina, no qual enquadra a sua proposta de uma conferência internacional de paz.

A visita de Sánchez antecede uma trégua nos combates entre Israel e o Hamas, que entrará em vigor na manhã de sexta-feira, e a libertação dos primeiros reféns à tarde, anunciou hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed Al-Ansari.

"A pausa humanitária terá início às 07:00 (05:00 hora de Lisboa) de sexta-feira (...) e o primeiro grupo de reféns civis será libertado por volta das 16:00 (14:00 de Lisboa) do mesmo dia", afirmou Majed Al-Ansari.

De acordo com a diplomacia do Qatar, 13 mulheres e crianças detidas pelo movimento islamita Hamas em Gaza, todas da mesma família, serão libertadas, enquanto um número ainda desconhecido de prisioneiros palestinianos detidos por Israel será libertado ao mesmo tempo.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 48.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora naquele enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.

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