25 nov, 2023 - 09:40 • Lusa
O diretor do Serviço de Informação do Estado, que atua como porta-voz do Governo egípcio, disse este sábado que 134 palestinianos regressaram na sexta-feira à Faixa de Gaza através da passagem de Rafah, na fronteira egípcia com o enclave.
"Um grupo de palestinianos retidos no Egito [desde o início do conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas] regressou à Faixa de Gaza, de acordo com a sua vontade, e o seu número atingiu os 134 palestinianos", afirmou Diaa Rashwan em comunicado, adiantando que tal ocorreu no primeiro dia da trégua e pela primeira vez desde o início da guerra.
Sexta-feira foi o primeiro dia em que o Egito abriu a passagem de Rafah para o regresso voluntário dos palestinianos que estavam retidos no país desde 7 de outubro, quando o grupo islamita Hamas lançou um ataque surpresa contra o território israelita, desencadeando a guerra em curso, na qual Israel bombardeia indiscriminadamente a Faixa de Gaza.
A partir de hoje, os palestinianos que permaneceram no Cairo e noutras províncias egípcias poderão regressar a Gaza, uma vez que apenas os que se encontram no norte do Sinai, que faz fronteira com o enclave palestiniano, foram autorizados a fazê-lo na sexta-feira.
Hoje é o segundo dia da trégua temporária mediada pelo Egito, Qatar e Estados Unidos entre Israel e o Hamas, na qual continuará a troca acordada de reféns por prisioneiros palestinianos.
Segundo fontes oficiais dos dois lados, 13 reféns israelitas, entre eles uma luso-israelita de 72 anos, foram libertados na sexta-feira no âmbito das tréguas, bem como 10 tailandeses e um filipino no âmbito de um acordo paralelo.
Após a libertação dos reféns, Israel permitiu o regresso de 39 prisioneiros palestinianos, incluindo mulheres e crianças.
A fronteira de Rafah, que separa o Egito da Faixa de Gaza, foi aberta em 2 de novembro pela primeira vez para permitir a retirada dos feridos e a partida de cidadãos estrangeiros.
Anteriormente, tinha sido aberta em várias ocasiões, mas apenas para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, enquanto as autorizações anunciadas constituem a primeira para os palestinianos regressarem às suas casas na Faixa de Gaza desde o início do conflito.
Israel lançou uma ofensiva contra Gaza na sequência dos ataques do Hamas, que causaram cerca de 1.200 mortos, tendo o movimento islamita feito cerca de 240 reféns.
No balanço mais recente dos conflitos, as autoridades da Faixa de Gaza, controladas pelo Hamas, comunicaram mais de 14.500 mortes, incluindo as de mais de 6.000 crianças, devido à ofensiva israelita, enquanto mais de 200 palestinianos foram mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental pelas forças israelitas ou em ataques de colonos desde 7 de outubro.