27 nov, 2023 - 15:41
A reunião de 43 países europeus e árabes arrancou esta segunda-feira em Barcelona com um apelo à mobilização da comunidade internacional em torno da "solução dos dois Estados", israelita e palestiniano, no Médio Oriente.
A solução dos dois estados "contribuirá decisivamente para a paz e a segurança em toda a região", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, na abertura do encontro da União pelo Mediterrâneo (UpM), uma organização intergovernamental de que faz parte a Comissão Europeia, os 27 estados-membros da União Europeia (UE) e mais 16 países do Mediterrâneo, incluindo Israel, que decidiu, porém, não estar em Barcelona hoje.
Albares, o anfitrião do encontro, apelou à comunidade internacional para "não perder mais tempo" e mobilizar-se em torno de uma conferência de paz para o Médio Oriente.
"Reunimo-nos hoje com uma chamada à ação, a mobilização pela paz, uma paz que desta vez tem de ser definitiva, nunca mais devemos ver tantos civis inocentes mortos", disse o ministro espanhol.
A reunião da UpM é co-presidida pelo chefe da diplomacia da UE, o espanhol Josep Borrell, e pelo ministro da Jordânia Ayman Safadi.
Também Borrell disse, na sessão de abertura do encontro, que a paz e a segurança a longo prazo no Médio Oriente, incluindo a própria segurança de Israel e do povo israelita, só será possível com o estabelecimento e o reconhecimento do estado palestiniano.
Para Borrell, um exército não consegue manter a segurança a longo prazo, só a paz o consegue.
No mesmo sentido se manifestou o ministro jordano, que defendeu que os dois estados são "a única via para a paz duradoura" na região e disse que os países árabes estão dispostos e disponíveis para trabalhar com os parceiros europeus e também com os Estados Unidos para acabar com o conflito no Médio Oriente.
Os dois ministros e Borrell foram também unânimes em condenar o ataque de 7 de outubro a Israel do grupo islamita radical Hamas, que controla o território palestiniano da Faixa de Gaza, mas vincaram igualmente que a resposta israelita viola o direito internacional.
"Um horror não justifica outro horror", disse Borrel que como Albares e Ayman Safadi lembraram que já morreram 15 mil civis palestinianos desde 7 de outubro na Faixa de Gaza na resposta de Israel ao ataque do Hamas.
Os três responsáveis saudaram a trégua dos últimos dias, mas apelaram a que se prolongue e se transforme num cessar fogo permanente, para abrir caminho "à solução política", nas palavras de Borrell, e para fazer chegar à população de Gaza, de imediato, a ajuda humanitária e o abastecimento de que precisa.
José Manuel Albares reiterou ainda a posição espanhola de que a Autoridade Palestiniana deve voltar a ter o controlo da Faixa de Gaza, sublinhando que o Hamas não é "um parceiro de paz".
O ministro espanhol disse que para isso a Autoridade Palestiniana - que está hoje representada no encontro de Barcelona - tem de ser revitalizada e ajudada pela comunidade internacional.