28 nov, 2023 - 16:48 • Marta Pedreira Mixão
As forças armadas israelitas afirmam que alguns dos seus soldados ficaram "ligeiramente feridos" depois de terem sido detonados engenhos explosivos e de as suas tropas terem sido alvejadas no norte de Gaza. O Hamas confirmou ter havido um confronto no norte de Gaza, mas disse que se deveu a Israel - e reiterou o seu empenho no cumprimento das tréguas.
De acordo com a BBC, o Hamas respondeu às afirmações de Israel, dizendo que houve uma "fricção" no terreno e que tal se deveu a uma "clara violação do acordo de cessar-fogo por parte do inimigo", afirmou.
Abu Obeida, porta-voz das Brigadas al-Qassam, instou os mediadores a pressionarem Israel para que "cumpra todos os termos das tréguas no terreno e no ar".
Este é o quinto dia do cessar-fogo temporário. Israel confirmou que tinha recebido a lista dos reféns que seriam libertados esta terça-feira e que as respetivas famílias estavam a ser notificadas.
Desde o início da trégua entre Israel e Hamas, mais de 200 pessoas foram libertadas de ambos os lados - 51 reféns israelitas, 19 reféns de outras nacionalidades e 150 prisioneiros palestinianos.
Segundo fonte do Hamas, nem todos os reféns civis estão sob sua custódia, estando alguns destes reféns com a Jihad Islâmica Palestiniana, o que poderá complicar o processo de resgate.
Os trabalhadores humanitários continuam a tentar distribuir ajuda em Gaza. O cessar-fogo permitiu a entrada de cerca de 200 camiões de ajuda humanitária por dia, em comparação com a média de cerca de 45 por dia nas semanas que se seguiram ao início da guerra. Contudo, as agências de ajuda humanitária dizem que é necessário muito mais.
Este cessar-fogo também permitiu que a ajuda humanitária chegasse a zonas onde as agências não tinham conseguido chegar durante os combates.
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No entanto, a situação que encontraram em muitos desses locais é "catastrófica", segundo Corinne Fleischer, diretora do Programa Alimentar Mundial (PAM) para o Médio Oriente.
Corinne Fleischer afirma que é "altamente provável que a população de Gaza, especialmente as mulheres e as crianças, corra um risco elevado de fome se o PAM não for capaz de proporcionar um acesso contínuo aos alimentos" e que uma pausa de seis dias "não é suficiente para ter um impacto significativo".
Samer Abdeljaber, também do PAM, afirmou em declarações à BBC que nas zonas de mais difícil acesso as nossas equipas “viram fome, desespero e destruição" e, por isso, apelam ao prolongamento do cessar-fogo temporário: "O acesso humanitário seguro e desimpedido não pode parar agora".
A Organização Mundial de Saúde também alertou para o facto de as doenças poderem matar mais pessoas do que as bombas se o sistema de saúde na Faixa de Gaza não for rapidamente reparado.
O secretário de Estado norte-americano defendeu hoje a continuidade da trégua entre o Hamas e Israel, prolongada por mais dois dias, para fazer regressar o maior número possível de reféns.
"Estou satisfeito por ver que os reféns estão a voltar, queremos que a trégua continue durante o maior tempo possível para retirar o maior número de pessoas", sustentou Blinken, à entrada para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica, no quartel-general da organização, em Bruxelas
Os diretores da CIA e do Mossad reuniram-se com o primeiro-ministro do Qatar em Doha, esta terça-feira, para dar continuidade ao acordo de cessar-fogo por mais dois dias e para discutir a libertação de reféns. A reunião teve como objetivo “aproveitar o progresso do acordo de pausa humanitária alargada e iniciar novas discussões sobre a próxima fase de um potencial acordo”, como avança a Reuters.
Como parte da extensão da trégua por dois dias, o Hamas concordou em libertar mais dez mulheres e crianças israelitas por dia.