01 dez, 2023 - 08:57 • Redação
Pelo menos 109 palestinianos foram mortos desde o fim do cessar-fogo, esta sexta-feira, depois de sete dias de interregno das hostilidades no conflito que opõe Israel ao Hamas na Faixa de Gaza, avança a Reuters, que cita o Ministério da Saúde do território.
O cessar-fogo expirou às sete da manhã, hora local, cinco da manhã na hora portuguesa. Israel voltou a bombardear posições do Hamas, depois de ter acusado o grupo de ter quebrado o cessar-fogo.
"O Hamas violou a pausa operacional e, além disso, disparou contra território israelita. As Forças de Defesa de Israel retomaram os combates contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza", declarou o exército em comunicado.
As agências internacionais relatam disparos de artilharia a noroeste da cidade de Gaza às primeiras horas da manhã desta sexta-feira.
Telavive justifica o regresso aos combates, acusando o Hamas de ter violado a trégua, ao disparar rockets contra território israelita.
Um dos locais atingidos foi Ashkelon, a norte da Faixa de Gaza, onde reside a luso-israelita Marina Erslich, que teve de correr para um abrigo quando as sirenes de alerta tocaram, esta manhã.
De acordo com o relatório diário do Gabinete de Co(...)
“Eu hoje tenho de ir ao supermercado e já estou a pensar como vai ser, se vou se não vou. É difícil de explicar para quem não está aqui. Sou muito grata ao sistema de alarmes e de abrigos, mas não devia ser assim, nenhuma população devia ter de passar por isto”, afirma à Renascença Marina.
Numa declaração ao país, Benjamin Netanyahu reafirma o empenho israelita na libertação de todos os reféns e a garantia de que Gaza não volte a representar uma ameaça. Durante o cessar-fogo, que durou uma semana, o Hamas libertou 105 reféns.
Entretanto, o Qatar veio entretanto garantir que as negociações para restaurar a trégua prosseguem - mas ao jornal Haaretz, fonte envolvida nessas mesmas negociações, indica que o retomar dos bombardeamentos em Gaza complica os esforços de mediação.
Israel permitiu o regresso a casa de 240 prisioneiros palestinianos. Enquanto isso, há dados que sugerem que Israel terá subestimado a capacidade do Hamas para realizar o ataque.
Numa mensagem publicada na rede social X, o secretário-geral da ONU diz que "lamenta profundamente" o recomeço das operações militares em Gaza após vários dias de cessar-fogo.
"Lamento profundamente que as operações militares tenham recomeçado em Gaza. Ainda espero que seja possível renovar a pausa que foi estabelecida. O regresso às hostilidades apenas mostra quão importante é um verdadeiro cessar-fogo humanitário", pode ler-se.
De acordo com o jornal New York Times, as autoridades israelitas já sabiam dos preparativos há mais de um ano, mas os serviços secretos terão desvalorizado as informações de que dispunham.
[atualizado às 13h50 com os novos dados do número de mortos]