Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Exército israelita expande operações terrestres para o sul da Faixa de Gaza

03 dez, 2023 - 20:17 • Marta Pedreira Mixão com Agências

O porta-voz do Exército israelita, o contra-almirante Daniel Hagari, confirmou que o Exército está a estender a sua ofensiva terrestre a "todas as áreas da Faixa" de Gaza.

A+ / A-
Foto: Christophe Petit Tesson/EPA
Foto: Christophe Petit Tesson/EPA

Israel intensificou os ataques na Faixa de Gaza, depois do fim do cessar-fogo, e o chefe do Estado-Maior do Exército israelita, tenente-general Herzi Halevi, indicou este domingo que as suas forças estão a expandir as operações para o sul da Faixa de Gaza, zona onde as tropas terrestres não tinham até agora entrado.

"Lutámos dura e exaustivamente no norte da Faixa e agora estamos a fazê-lo no sul", declarou Halevi, depois de nas últimas horas ter sido ordenada a evacuação de vários bairros da cidade de Khan Yunis, no sul, de onde muitos habitantes de Gaza estão agora a deslocar-se para a cidade de Rafah.

As primeiras informações da rádio do exército israelita confirmaram que Israel lançou uma operação terrestre a norte de Khan Younis. A BBC refere também ter verificado imagens de um tanque israelita a operar perto da cidade.

Na sua conferência de imprensa diária, o porta-voz do Exército israelita, o contra-almirante Daniel Hagari, confirmou que o Exército está a estender a sua ofensiva terrestre a "todas as áreas da Faixa" de Gaza.

Desde que o cessar-fogo de uma semana terminou na sexta-feira, Israel retomou uma campanha de bombardeamento em grande escala em Gaza, que os residentes de Khan Younis descreveram como a mais pesada onda de ataques até à data.

No domingo de manhã, o exército israelita emitiu ordens de evacuação para vários bairros de Khan Younis, instando a população a sair imediatamente. As autoridades israelitas acreditam que membros da direção do Hamas estão escondidos na cidade, onde centenas de milhares de pessoas se têm refugiado depois de terem fugido dos combates no norte, na fase inicial da guerra.

Um funcionário da ONU descreveu um "grau de pânico" que nunca tinha visto antes num hospital de Gaza, depois de os militares israelitas terem mudado o foco da sua ofensiva para o sul.

James Elder, da agência para as crianças Unicef, descreveu o Hospital Médico Nasser em Khan Younis como uma "zona de guerra".

Segundo o ministério da Saúde de Gaza, 15.523 palestinianos foram mortos e foram registados 41.316 feridos e, de acordo com o porta-voz do ministério, Ashraf al-Qudra, 70% dos palestinianos mortos eram mulheres e crianças.

"Durante as últimas horas, apenas 316 mortos e 664 feridos foram retirados dos escombros e levados para os hospitais, mas muitos outros ainda estão debaixo dos escombros", acrescentou al-Qudra.

Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, afirmou este domingo que há demasiados palestinianos mortos na Faixa de Gaza, e critica os planos do primeiro-ministro israelita para aquele território.

Crescente Vermelho Palestiniano denuncia ataque israelita contra ambulâncias

O Crescente Vermelho Palestiniano denunciou, este domingo, um ataque de soldados israelitas a duas ambulâncias na zona de Fallujah, no norte da Faixa de Gaza, que feriu dois médicos e um doente.

"Dois médicos do Crescente Vermelho Palestiniano e um doente foram feridos por disparos das forças israelitas contra duas ambulâncias na zona de Fallujah", declarou a agência humanitária que faz parte do Movimento Internacional da Cruz Vermelha na rede social X (antigo Twitter), citada pela agência de notícias espanhola Europa Press.

Uma das ambulâncias estava a transportar uma pessoa ferida para um hospital, acrescentou a organização.

(Notícia atualizada às 23h30)

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Luísa Maria Almendra
    04 dez, 2023 Lisboa 12:06
    Cara Marta a sua notícia é real e de facto é lamentável e assustador toda esta situação de guerra e de morte. É fácil pegar nas palavras dos decisores e construir um cenário que desconcerta os nossos valores humanos e cristãos. Mas nós estamos a olhar ao longe, não estamos a viver as circunstâncias. Isso não desculpa o terrível da situação humanitária, mas devia controlar-nos e sobretudo levar-nos a refletir que HÁ UM OUTRO LADO. O lado dos rockets que continuam a chover sobre o território de Israel, os ataques às pessoas simples que estão numa paragem de autocarro... É nesse olhar ambos os lados que se pode manifestar a diferença de uma agência de notícias cristã. É esse olhar atento que encontro na Newsletter do Vaticano (Ing.) quando se refere as palavras do Papa Francisco: o apelo a ambos: à libertação dos reféns e ao cessar fogo. Percebe-se também que Israel não começou esta guerra e que também está a ser atacado pelo sul em duas frentes (Hamas e Iémen...) pelo norte (Hezbollah) e pela Cisjordânia. Não se entende porque é que o mundo árabe (Egito e Jordânia) não abre as suas fronteiras, como o fez a Europa, na guerra da Rússia-Ucrânia, poupando a vida a milhares de mulheres e crianças. Esse valor da vida esteve acima de todos os outros interesses. No mundo árabe há outros interesses e defesas.O próprio Eng. Guterres também tem mudado progressivamente o seu discurso, olhando sempre os dois lados.É este jornalismo construtivo e equilibrado que se espera numa Rádio Cristã.

Destaques V+