03 dez, 2023 - 17:27 • Redação com Lusa
Um navio de guerra americano e vários navios comerciais foram atacados no Mar Vermelho, disse este domingo o Pentágono, num sinal de escalada dos ataques marítimos no Médio Oriente ligados à guerra Israel-Hamas.
"Estamos cientes de relatos sobre ataques ao USS Carney e a navios comerciais no Mar Vermelho e forneceremos informações assim que estiverem disponíveis", referiu o Pentágono, que não identificou a origem do ataque.
As forças armadas britânicas disseram anteriormente que existiam suspeitas de um ataque com drones e explosões no Mar Vermelho, sem entrar em pormenores.
Os rebeldes iemenitas Houthi, apoiados pelo Irão, reivindicaram este domingo o ataque a dois navios ao largo do Iémen, acrescentando que embarcações "israelitas" foram alvo de retaliação pela guerra entre Israel o movimento palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
Num comunicado publicado nas redes sociais, os Houthis afirmaram ter realizado uma "operação contra dois navios israelitas no Estreito de Bab el-Mandeb", uma via navegável estratégica que liga o Mar Vermelho ao Golfo de Aden, visando o primeiro com um míssil e o segundo com um 'drone' (aeronave não-tripulada).
Segundo o comunicado, os navios foram identificados como "Unity Explorer" e "Number Nine". O grupo rebelde disse que os ataques ocorreram após as embarcações terem rejeitado mensagens de alerta.
Os rebeldes disseram que continuarão a atacar navios israelitas "até que cesse a agressão de Israel" na Faixa de Gaza.
No início do dia, a empresa de segurança marítima Ambrey informou que um navio de carga britânico foi atingido por "rockets" no Mar Vermelho.
"Um cargueiro britânico que arvora a bandeira das Bahamas foi supostamente atacado por foguetes enquanto cruzava o Mar Vermelho, aproximadamente 34,5 km a oeste-noroeste de Mocha, no Iémen", disse a Ambrey.
"O navio terá sido atingido por um foguete", acrescentou a empresa de segurança marítima.
De acordo com a Ambrey, a propriedade e a gestão do navio atacado estavam ligadas a Dan David Ungar, um cidadão britânico identificado como residente israelita no principal anuário de negócios da Grã-Bretanha.
A agência britânica de segurança marítima UKMTO indicou, por sua vez, ter recebido um relatório sobre a atividade de um 'drone', "incluindo uma potencial explosão", "perto de Bab el-Mandeb" no Iémen, aconselhando os comandantes dos navios na região a "terem cautela".
Estes incidentes ocorrem em pleno aumento das tensões no Mar Vermelho, após os rebeldes Houthi terem tomado o navio mercante Galaxy Leader com seus 25 tripulantes em 19 de novembro. O Galaxy Leader era operado por uma empresa de navegação japonesa, mas pertencia a uma empresa britânica propriedade de um empresário israelita.
Na quarta-feira, uma embarcação militar dos Estados Unidos que navegava no sul do Mar Vermelho abateu um 'drone' lançado de uma área do Iémen controlada pelos Houthis. Os rebeldes fazem parte do chamado "eixo de resistência" contra Israel, juntamente com o Hamas e Hezbollah, todos apoiados pelo Irão, e que têm lançado uma série de 'drones' e mísseis contra Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza.
[Notícia atualizada às 19h27]