03 dez, 2023 - 19:49 • Redação com Lusa
Centenas de pessoas juntaram-se hoje na COP28 num protesto autorizado em solidariedade com a Palestina e para exigir um cessar-fogo na Faixa de Gaza, defendendo que "não existe justiça climática sem direitos humanos".
“Estamos aqui como indivíduos, numa ação conjunta por justiça. Em solidariedade para condenar a ocupação, para condenar um ‘apartheid’ e para condenar o silêncio das pessoas, o silêncio do mundo”, começou por explicar uma das organizações que organizaram a manifestação.
A ação, organizada por várias organizações ambientalistas, foi autorizada pelas Nações Unidas, mas teve de obedecer a várias regras, uma delas que não fossem exibidas bandeiras de países. Por isso, a melancia foi o símbolo escolhido para representar a bandeira da Palestina.
No primeiro de vários discursos ao longo de uma hora (o cumprimento rigoroso do horário autorizado também era uma das regras) Gina Cortes, colombiana, criticou o “poder geopolítico que sacrifica os nossos territórios” e pediu o “fim da hipocrisia” dos países que participam na cimeira pelo clima, mas apoiam Israel ou mantêm-se neutros sobre a situação na Palestina.
“Qual é o aspeto da transição climática num campo de refugiados? Numa terra devastada?”, questionou.
Também Hajar, que pediu que a sua nacionalidade não fosse identificada, defendeu que a motivação da ação “é básica”. “Não é possível estarmos alinhados connosco próprios se formos seletivos nas nossas causas”, argumentou a jovem.
A iniciativa realizou-se na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que está a decorrer no Dubai, Emirados Árabes Unidos, dois dias depois de ter chegado ao fim a trégua entre Israel e o movimento islamita Hamas no conflito em Gaza.